Filosofia de bar, literatura barata, poesias e poemas (seja lá qual for a diferença), um pouco de futebol, cinema, música, jogos, religião, política, a vida e demais coisas sem importância.
30 de dezembro de 2011
Quem pode saber?
Deus existe? E por conseqüência, todo um universo espiritual "paralelo" existe? Para responder com certeza essa questão, na minha opinião é necessário um pré-requisito: morrer. Muitos dizem “Ora, eu não morri e sei que Deus existe”. Sabe? Como? Existe uma brutal diferença entre saber e acreditar. Não vamos discutir o que é realidade aqui, ao menos não agora, mas como é possível ter certeza que algo existe sem jamais ter visto evidências concretas desse algo? - Deus no caso.
Você viu e acreditou, bem aventurados os que não viram, e acreditam! A resposta também está na ponta da língua dos que crêem “Eu não vi, mas eu sinto a Sua presença”, ou então “eu vi, em sonhos, Ele veio até mim”, ou ainda “Eu presenciei um milagre, isso prova a existência de um ser superior, olhando por nós”. Vamos por partes. Quanto a “sentir” a presença de Deus ou do Espírito Santo ou o que seja – sim, eu já acompanhei algumas cerimônias religiosas, principalmente, mas não apenas cristãs e tenho certeza que as pessoas ali envolvidas não estão brincando ou fingindo, pelo menos a maioria delas. Eles fecham os olhos, gritam, choram e agem como se realmente estivessem sentindo alguma coisa. E eu não duvido que realmente estejam!
Os fiéis garantem que essa alguma coisa é a presença de Deus - talvez não com essas palavras, mas resumindo acaba nisso. Mas não seria o cérebro capaz de gerar – com a devida estimulação é claro – essa sensação de "euforia"? Como se a fé fizesse com que ele (cérebro) liberasse substâncias ou estímulos “inebriantes” como algumas drogas fazem? Não estou dizendo “Não é Deus que vocês sentem” (bom, pra ser sincero estou sim) estou apenas questionando se não poderia ser outra coisa e oferecendo uma hipótese. É sabido que durante a meditação, algumas áreas do cérebro, relacionadas à percepção espacial são “desligadas”, o que causa a sensação de “unir-se ao todo”. É possível que os monges realmente estejam “unindo-se” ao todo? Sim, mas também é possível que o cérebro esteja apenas pregando uma peça neles.
Continuando, sobre “eu vi Deus pessoalmente, ele apareceu nos meus sonhos”. Uns vêem Deus, outros beijam atrizes famosas, outros voam, alguns caem da cobertura de um prédio com milhares de andares e se transformam num lobo alado antes de chegar no chão. Resumindo, sonhos não servem como parâmetro, não servem como argumento para provar a existência ou não de alguma coisa. Existem outros ainda, que alegam ter visto Deus (ou outras entidades, como anjos, demônios, fadas, duendes, etc.), enquanto despertos. Descartemos a hipótese da mentira, ou seja, vamos supor que a pessoa realmente acredite ter visto Deus, sem estar sob efeito de nenhum entorpecente. É possível o cérebro forjar a realidade de modo a nos fazer viver um sonho consciente? Não? O que seria a esquizofrenia então? “Então todos nós somos esquizofrênicos?” – Todos já viram Deus enquanto acordados? E de qualquer forma, o que garante que a resposta para essa pergunta não seja “sim”?
Finalmente, temos os milagres. “Ele bateu o carro a 200km/h de frente com um caminhão e não morreu”, “Minha tia se curou de câncer”, “ganhei na loteria a quantia exata para pagar o condomínio atrasado, um dia antes de ser despejado”, etc. Essas coisas acontecem? Não tenho dúvidas, assim como também tenho certeza que para cada história dessa, existem milhares de histórias parecidas com final triste. Só aquela pessoa que conseguiu o suposto “milagre”, tinha fé? Pode ser, mas acho que é muita pretensão pensar dessa forma. “Ora, então você está dizendo que Deus não existe, que para todos os acontecimentos sempre existe uma explicação lógica, para tudo que nos parecer milagroso, divino, sempre haverá para você um ‘e se for só o seu cérebro’, ‘e se você estava bêbado?’, ‘e se foi só coincidência?’?”. Não, nada disso. Quanto à questão da existência ou não de uma divindade, como já disse é impossível afirmar com certeza “sim” ou “não”. Quando digo “você acha que foi isso, mas pode ter sido outra coisa”, estou apenas propondo uma hipótese. É pecado questionar? Os que acreditam, vêem a mão de Deus em tudo e tapam os ouvidos para outras possibilidades. Eu vejo o acaso em tudo, mas não posso afirmar com certeza que a outra possibilidade (intervenção direta do poder divino) seja impossível.
A razão me diz que é, mas não há como provar. Como poderia fazer isso? Não nego a possibilidade da existência de Deus, assim como não posso negar a possibilidade da existência de unicórnios, trolls, duendes. Pode ser que exista, mas pelo menos por enquanto eu não acredito (e não venham me chamar de agnóstico!). Um acredita no que gostaria de acreditar, outro simplesmente não acredita. Quem está certo? Quem é mais sincero consigo? Que diferença isso faz?
Que diferença a existência ou não de Deus deveria fazer em nossas vidas?
27 de dezembro de 2011
Dicas de vídeo [07]
Matrix
Na época do lançamento de Matrix eu estava meio desligado de cinema. Fui assistir mais para acompanhar os amigos, nem sabia do que se tratava, não tinha visto trailer, lido sinopse, crítica nem nada. Não me lembro de ter ficado tão fascinado com um filme na vida, querendo que chegasse logo ao final para tentar entender aquela loucura e ao mesmo tempo querendo que aquelas duas horas nunca acabassem, porque estava assistindo o filme mais legal de todos os tempos.
Saí da sala completamente embasbacado, achando que tinha entendido tudo sem ter entendido nada.
A quem não assistiu, assista. Quem já assistiu e não lembra direito - assista de novo.
Não há palavras para descrever esse filme.
Meia-Noite em Paris
Li que esse foi o filme do Woody Allen que teve mais bilheteria, não sei quanto exatamente e também não sei se isso quer dizer muito, porque tradicionalmente os filmes desse diretor não têm muito público (para os padrões da indústria). Eu gosto bastante dos filmes dele, a naturalidade com que trata os dilemas humanos, a simplicidade com que satiriza os relacionamentos. Curiosamente, Meia-Noite em Paris não me agradou tanto. Gostei, mas não estaria no topo dos meus filmes preferidos do diretor. Talvez pela minha ignorância sobre boa parte das inúmeras referências apresentadas na história.
Mas é Woody Allen e vale (muito) a pena assistir.
Rocky, um Lutador
Já comentei em "O Vencedor" que eu gosto de filmes de boxe. E esse aqui acho que é o melhor ou talvez o segundo melhor de todos (a minha preferência fica oscilando entre ele e "Touro Indomável"). Todas as cenas desse filme são praticamente lendárias.
Clássico!
Juntos pelo Acaso
Mais uma baboseira que a gente acaba dando risada. A premissa da história é completamente absurda, pensei que seria algo do tipo "após encontro casual a mulher fica grávida e os dois tem que criar o filho juntos" - ficaria muito parecido com "Ligeiramente grávidos", mas acho que seria melhor. Mas enfim, com exceção a algumas tiradas forçadas, o filme até que diverte, principalmente para quem já passou pela experiência de cuidar de uma criança.
Recomendo (não é assim um "nossa, como eu recomendo esse filme!!!", mas recomendo).
O Turista
Típico filme que aposta muito nos atores e deixa de lado coisas muito importantes como roteiro, dramaticidade, ação, história, etc. Depp e Jolie são bons, mas a simples presença deles na tela não é o suficiente para tornar um filme bom. Além disso, o casal parece não ter combinado muito bem.
Filme fraco, não recomendo.
Na época do lançamento de Matrix eu estava meio desligado de cinema. Fui assistir mais para acompanhar os amigos, nem sabia do que se tratava, não tinha visto trailer, lido sinopse, crítica nem nada. Não me lembro de ter ficado tão fascinado com um filme na vida, querendo que chegasse logo ao final para tentar entender aquela loucura e ao mesmo tempo querendo que aquelas duas horas nunca acabassem, porque estava assistindo o filme mais legal de todos os tempos.
Saí da sala completamente embasbacado, achando que tinha entendido tudo sem ter entendido nada.
A quem não assistiu, assista. Quem já assistiu e não lembra direito - assista de novo.
Não há palavras para descrever esse filme.
Meia-Noite em Paris
Li que esse foi o filme do Woody Allen que teve mais bilheteria, não sei quanto exatamente e também não sei se isso quer dizer muito, porque tradicionalmente os filmes desse diretor não têm muito público (para os padrões da indústria). Eu gosto bastante dos filmes dele, a naturalidade com que trata os dilemas humanos, a simplicidade com que satiriza os relacionamentos. Curiosamente, Meia-Noite em Paris não me agradou tanto. Gostei, mas não estaria no topo dos meus filmes preferidos do diretor. Talvez pela minha ignorância sobre boa parte das inúmeras referências apresentadas na história.
Mas é Woody Allen e vale (muito) a pena assistir.
Rocky, um Lutador
Já comentei em "O Vencedor" que eu gosto de filmes de boxe. E esse aqui acho que é o melhor ou talvez o segundo melhor de todos (a minha preferência fica oscilando entre ele e "Touro Indomável"). Todas as cenas desse filme são praticamente lendárias.
Clássico!
Juntos pelo Acaso
Mais uma baboseira que a gente acaba dando risada. A premissa da história é completamente absurda, pensei que seria algo do tipo "após encontro casual a mulher fica grávida e os dois tem que criar o filho juntos" - ficaria muito parecido com "Ligeiramente grávidos", mas acho que seria melhor. Mas enfim, com exceção a algumas tiradas forçadas, o filme até que diverte, principalmente para quem já passou pela experiência de cuidar de uma criança.
Recomendo (não é assim um "nossa, como eu recomendo esse filme!!!", mas recomendo).
O Turista
Típico filme que aposta muito nos atores e deixa de lado coisas muito importantes como roteiro, dramaticidade, ação, história, etc. Depp e Jolie são bons, mas a simples presença deles na tela não é o suficiente para tornar um filme bom. Além disso, o casal parece não ter combinado muito bem.
Filme fraco, não recomendo.
18 de dezembro de 2011
Gol do Barcelona...
Hoje eu acordei cedo, para ver um jogo de futebol. Não qualquer jogo, era a final do mundial entre aquele que há dois anos é o melhor time do Brasil e aquele que há 3 anos é o melhor time do mundo.
Sim, já faz algum tempo que o Santos se destaca como a melhor equipe brasileira. Quando tinha Robinho, André, Wesley, Arouca, Marquinhos, Ganso e Neymar em grande fase, o Santos jogava o fino da bola, ganhava de qualquer adversário no Brasil e ganhava fácil, ganhava bem, indo pra cima, tocando a bola no chão, driblando, dando show. Algumas peças saíram, Robinho levou sua genialidade para o Milan, mas o principal jogador ficou - Neymar. O garoto gênio joga demais, flutua em campo, dribla, toca, finaliza, decide jogos e campeonatos. Com elencos fortes, com a estrela de sua jóia rara brilhando cada vez mais e com a camisa mais tradicional do futebol brasileiro, a camisa que um dia foi vestida por Pelé no maior time de todos os tempos, o Santos foi ganhando tudo e encantando. Ganhou o Paulista, a Copa do Brasil, ganhou a América e foi ao Japão tentar ganhar o mundo.
Do outro lado, o Barcelona. O time que as crianças gostam de jogar no videogame, o time que todos dizem ser o melhor, o time que ganha tudo há 3 anos, que massacra seus adversários com no mínimo 70% de posse de bola em todo jogo. O time onde joga Lionel Messi. E onde jogam Xavi, Iniesta, Daniel Alves, David Villa, Puyol. O time que todos se perguntam depois de ver jogar - "quem pode parar esses caras?". Bom, o Santos pode, pensava eu. Jogo é jogo, futebol se decide em campo, não no papel. No futebol, ninguém morre na véspera. Pelo menos não o Santos Futebol Clube, tricampeão da Libertadores, bicampeão Mundial. Não o Santos de tantas glórias e tanta tradição.
E foi esse jogo que acordei cedo para assistir. E já tinha o título da minha crônica na cabeça - "O jogo do século". Totalmente clichê, mas era o que eu estava esperando ver. Um jogo épico, mágico. Imaginava ver Neymar entortando a coluna de Piqué e Messi deixando Durval sentado no chão. Esperava ver passes precisos de Iniesta e lançamentos geniais de Paulo Henrique Ganso. Esperava ver a raça de Puyol e Edu Dracena. Esperava ver gols de Borges e de Xavi, muitos gols, em uma grande disputa.
Mas com 5 minutos de jogo, percebi que não veria esse jogo. Sequer veria uma partida de futebol. Porque o Barcelona engana o mundo há algum tempo, jogando outro esporte. Afinal, como um time pode acertar tantos passes? Como 11 jogadores podem jogar com tanta aplicação tática? Como podem correr tanto, preenchendo todos os espaços do campo e sufocar o adversário na defesa o tempo todo? Como podem fazer gols com tamanha naturalidade? Como um time de futebol pode jogar assim?
Depois do primeiro, um golaço de Messi, tive esperança que o Santos reagiria. Pensei que no meu texto falaria que os espanhóis acharam que estava ganho, mas se esqueceram que o Santos é o time da virada, que o Santos é o time do amor.
Mas não. Depois do primeiro veio o segundo e depois o terceiro. E o jogo já estava definido antes disso. Depois veio o quarto, poderia ter vindo o quinto, sexto... Neymar não jogou, o Santos não jogou. O Barcelona não deixou jogar. O Barcelona fez o que sabe fazer de melhor - deu show, encantou, mostrou que é possível jogar no ataque, sem depender de bola parada, mostrou como se joga bola. Aliás, nos lembrou como é que se joga bola. Quando nós esquecemos disso? Quando foi que nós brasileiros, renegamos nossa vocação agressiva e nos tornamos covardes retranqueiros?
E a pergunta que continua sem resposta, talvez simplesmente por não ter resposta - "quem pode parar esses caras?".
Eu achei que o Santos poderia.
Mas eu estava completamente enganado.
Sim, já faz algum tempo que o Santos se destaca como a melhor equipe brasileira. Quando tinha Robinho, André, Wesley, Arouca, Marquinhos, Ganso e Neymar em grande fase, o Santos jogava o fino da bola, ganhava de qualquer adversário no Brasil e ganhava fácil, ganhava bem, indo pra cima, tocando a bola no chão, driblando, dando show. Algumas peças saíram, Robinho levou sua genialidade para o Milan, mas o principal jogador ficou - Neymar. O garoto gênio joga demais, flutua em campo, dribla, toca, finaliza, decide jogos e campeonatos. Com elencos fortes, com a estrela de sua jóia rara brilhando cada vez mais e com a camisa mais tradicional do futebol brasileiro, a camisa que um dia foi vestida por Pelé no maior time de todos os tempos, o Santos foi ganhando tudo e encantando. Ganhou o Paulista, a Copa do Brasil, ganhou a América e foi ao Japão tentar ganhar o mundo.
Do outro lado, o Barcelona. O time que as crianças gostam de jogar no videogame, o time que todos dizem ser o melhor, o time que ganha tudo há 3 anos, que massacra seus adversários com no mínimo 70% de posse de bola em todo jogo. O time onde joga Lionel Messi. E onde jogam Xavi, Iniesta, Daniel Alves, David Villa, Puyol. O time que todos se perguntam depois de ver jogar - "quem pode parar esses caras?". Bom, o Santos pode, pensava eu. Jogo é jogo, futebol se decide em campo, não no papel. No futebol, ninguém morre na véspera. Pelo menos não o Santos Futebol Clube, tricampeão da Libertadores, bicampeão Mundial. Não o Santos de tantas glórias e tanta tradição.
E foi esse jogo que acordei cedo para assistir. E já tinha o título da minha crônica na cabeça - "O jogo do século". Totalmente clichê, mas era o que eu estava esperando ver. Um jogo épico, mágico. Imaginava ver Neymar entortando a coluna de Piqué e Messi deixando Durval sentado no chão. Esperava ver passes precisos de Iniesta e lançamentos geniais de Paulo Henrique Ganso. Esperava ver a raça de Puyol e Edu Dracena. Esperava ver gols de Borges e de Xavi, muitos gols, em uma grande disputa.
Mas com 5 minutos de jogo, percebi que não veria esse jogo. Sequer veria uma partida de futebol. Porque o Barcelona engana o mundo há algum tempo, jogando outro esporte. Afinal, como um time pode acertar tantos passes? Como 11 jogadores podem jogar com tanta aplicação tática? Como podem correr tanto, preenchendo todos os espaços do campo e sufocar o adversário na defesa o tempo todo? Como podem fazer gols com tamanha naturalidade? Como um time de futebol pode jogar assim?
Depois do primeiro, um golaço de Messi, tive esperança que o Santos reagiria. Pensei que no meu texto falaria que os espanhóis acharam que estava ganho, mas se esqueceram que o Santos é o time da virada, que o Santos é o time do amor.
Mas não. Depois do primeiro veio o segundo e depois o terceiro. E o jogo já estava definido antes disso. Depois veio o quarto, poderia ter vindo o quinto, sexto... Neymar não jogou, o Santos não jogou. O Barcelona não deixou jogar. O Barcelona fez o que sabe fazer de melhor - deu show, encantou, mostrou que é possível jogar no ataque, sem depender de bola parada, mostrou como se joga bola. Aliás, nos lembrou como é que se joga bola. Quando nós esquecemos disso? Quando foi que nós brasileiros, renegamos nossa vocação agressiva e nos tornamos covardes retranqueiros?
E a pergunta que continua sem resposta, talvez simplesmente por não ter resposta - "quem pode parar esses caras?".
Eu achei que o Santos poderia.
Mas eu estava completamente enganado.
16 de dezembro de 2011
Livro - O espião que saiu do frio
O gênero de espionagem nunca me atraiu muito na literatura. Com exceção às histórias do Sherlock Holmes, também nunca me interessei muito por contos policiais e de investigação em geral.
Bom, acabei começando a ler "O espião que saiu do frio" por recomendação e insistência de um amigo que me emprestou dizendo que era o melhor conto de espionagem que ele já leu.
Poderia dizer que foi o melhor livro de espionagem que já li, mas isso não ia querer dizer muita coisa, afinal foi o único (pelo menos que me lembro de ter terminado). Peguei outro livro do mesmo autor - O espião que sabia demais - comecei a ler, mas acabei abandonando. O que só valoriza a recomendação de "O espião que saiu do frio".
Para quem tem preguiça ou não não gosta de ler, tem a versão cinematográfica da história (não assisti, então não vou comentar sobre a qualidade):
13 de dezembro de 2011
The Beatles - All my loving
Idolatria feminina, exagerada desde sempre!
A platéia parece que está assistindo show do Justin Bieber, mas na verdade é da maior banda de todos os tempos:
Close your eyes and I'll kiss you
Tomorrow I'll miss you
Remember I'll always be true
And then while I'm away
I'll write home everyday
And I'll send all my loving to you
I'll pretend that I'm kissing
The lips I am missing
And hope that my dreams will come true
And then while I'm away
I'll write home everyday
And I'll send all my loving to you
All my loving I will send to you
All my loving, darling, I'll be true
Close your eyes and I'll kiss you
Tomorrow I'll miss you
Remember I'll always be true
And then while I'm away
I'll write home everyday
And I'll send all my loving to you
All my loving I will send to you
All my loving, darling, I'll be true
All my loving, All my loving
All my loving I will send to you
10 de dezembro de 2011
Paradigmas
Esse é um velho clichê, do qual eu sou adepto. Até presenciar algo realmente sobrenatural pelo menos. Em outras palavras, o jargão quer dizer que para qualquer fenômeno que aconteça, por mais estranho que possa parecer a princípio, deve haver uma explicação cientifica, ou melhor, uma explicação onde o mundo metafísico e/ou paranormal não apareça. Isso de certa forma é um paradigma, ou seja, se me relatarem um determinado acontecimento, eu começarei a analisá-lo com olhos céticos, quando o correto na minha opinião seria fazer a análise com olhos neutros. Da mesma forma, uma pessoa que teve formação religiosa, que acredita em Deus – e que, imagino, queira provar para si mesma que tem razão – têm justamente o paradigma contrário, ou seja, qualquer acontecimento fora do comum a ela relatado, será analisado com os olhos de quem quer acreditar.
Um exemplo: vez ou outra ouvimos relatos sobre estátuas de santas que choram, “lágrimas de verdade” (ou às vezes de sangue, mas isso não vem ao caso). Então, uma equipe de perícia vai ao local, constata que não há infiltrações, que as lágrimas são verdadeiras, etc. Diante dessa notícia, aquele que quer acreditar diz “milagre” – nesse caso se ele for católico é claro. Os cristãos como preferem ser chamados ou “crentes” como são chamados, não acreditam em santos (eles até chutam as estátuas de vez em quando), então, diante dessa situação eles diriam “fraude”. Eu faço coro com eles dessa vez - “Fraude”. Escorresse o sangue, não dos olhos da estátua da santa, mas digamos do monte Sinai. Tanto o crente quanto o católico diria “Milagre”. Eu continuaria dizendo “Fraude”.
As pessoas enxergam as coisas de acordo com seu paradigma e acabam vendo o divino em lugares que para outros há apenas a mão humana – demasiado humana – da fraude e da trapaça, ou simplesmente onde tudo o que aconteceu, foi somente mais uma jogada de dados do acaso.
4 de dezembro de 2011
O Campeão do Povo
Algumas pessoas não conseguem entender a paixão gerada pelo esporte. Algumas dessas pessoas dizem - "futebol não dá camisa pra ninguém". Sim, futebol não dá camisa pra ninguém, não põe comida na mesa, o time não paga as nossas contas no fim do mês. Mas não é só de camisa, arroz e feijão que se vive. De camisa, arroz e feijão se sobrevive. Viver a gente vive de paixão, de amor, de sonho, de sofrimento, de felicidade. E hoje ela, a felicidade, está estampada no rosto do povo. Hoje os fogos estão iluminando a noite fria, as buzinas tocam sem parar. Hoje não é Natal, nem Ano Novo. Não, a festa é muito maior.
Hoje o Corinthians foi campeão.
Poderia ter acabado na semana passada. O título antecipado coroaria a campanha espetacular. Poderia ter sido mais fácil, poderia ter sido sem sofrimento. Mas aí não teria sido Corinthians. O gol do Vasco contra o Fluminense no último minuto, adiou a festa, mas também a deixou melhor, muito melhor. Como foi repetido à exaustão durante a semana - "quis o destino que a decisão ficasse para o Dérbi". E não poderia haver desfecho mais apropriado para um campeonato como esse. O último jogo é o da consagração, o jogo que costuma ser lembrado e reprisado no futuro - nada melhor que seja contra o arqui-rival. Mas não é só essa partida que fica na memória. Esse foi apenas o último jogo de uma campanha épica que sagrou o time do povo campeão brasileiro.
O começo do campeonato foi arrebatador, quase perfeito, depois um período de instabilidade, com a liderança e a cabeça de Tite sendo ameaçada a cada rodada. Sofrimento, superação e uma arrancada final avassaladora. Essa é a história resumida. A história completa foi construída com jogos memoráveis - a goleada humilhante sobre o São Paulo, a virada contra o Vasco, as duas viradas contra o Atlético Mineiro, a vitória suada contra o Inter no Pacaembu, o empate heróico contra esse mesmo Inter no Beira-Rio. A grande virada contra o Flamengo no jogo que diziam ser a final antecipada, o empate contra o Vasco em São Januário no jogo que também diziam ser a final antecipada, a tensa vitória sobre o Atlético Paranaense quando o azar beijou a trave por duas vezes, a virada sobre o Avaí, as vitórias contra Ceará e Figueirense fora de casa nas últimas rodadas, o empate contra o Palmeiras - a expectativa acumulada durante a semana, a tensão da bola no travessão, a alegria do olé de Jorge Henrique, a briga, o grito de "é campeão".
O título é justo, merecido, o Corinthians é o melhor time do Brasil o Corinthians joga bem, joga bonito? O título é justo e merecido. Não importa se jogou bem ou mal, bonito ou feio. Ao Corinthians não é proibido jogar mal, dar de bico, se fechar na defesa, contar com a raça, o coração e o grito da torcida. Ao Corinthians só é proibido uma coisa - desistir. E em 101 anos de história isso ainda não aconteceu e a menos que muita coisa mude no mundo, tenho certeza que jamais acontecerá. Não importa se o Corinthians é ou não o melhor time. O Corinthians não precisa ser o melhor, assim como o povo que ele personifica, o Corinthians só precisa se superar, só precisa seguir em frente e reagir quando todos acham que ele está derrotado, quando todos o subestimam. E não houve time com maior poder de reação e superação nesse campeonato.
Amanhã o povo terá que acordar cedo e ir trabalhar como em toda Segunda-feira, afinal, futebol não dá camisa pra ninguém. Mas amanhã especialmente, o povo fará isso um pouco mais feliz, porque hoje o campeonato acabou e o vencedor foi aquele que do Brasil é o clube mais brasileiro, o time do povo.
O Corinthians.
Hoje o Corinthians foi campeão.
Poderia ter acabado na semana passada. O título antecipado coroaria a campanha espetacular. Poderia ter sido mais fácil, poderia ter sido sem sofrimento. Mas aí não teria sido Corinthians. O gol do Vasco contra o Fluminense no último minuto, adiou a festa, mas também a deixou melhor, muito melhor. Como foi repetido à exaustão durante a semana - "quis o destino que a decisão ficasse para o Dérbi". E não poderia haver desfecho mais apropriado para um campeonato como esse. O último jogo é o da consagração, o jogo que costuma ser lembrado e reprisado no futuro - nada melhor que seja contra o arqui-rival. Mas não é só essa partida que fica na memória. Esse foi apenas o último jogo de uma campanha épica que sagrou o time do povo campeão brasileiro.
O começo do campeonato foi arrebatador, quase perfeito, depois um período de instabilidade, com a liderança e a cabeça de Tite sendo ameaçada a cada rodada. Sofrimento, superação e uma arrancada final avassaladora. Essa é a história resumida. A história completa foi construída com jogos memoráveis - a goleada humilhante sobre o São Paulo, a virada contra o Vasco, as duas viradas contra o Atlético Mineiro, a vitória suada contra o Inter no Pacaembu, o empate heróico contra esse mesmo Inter no Beira-Rio. A grande virada contra o Flamengo no jogo que diziam ser a final antecipada, o empate contra o Vasco em São Januário no jogo que também diziam ser a final antecipada, a tensa vitória sobre o Atlético Paranaense quando o azar beijou a trave por duas vezes, a virada sobre o Avaí, as vitórias contra Ceará e Figueirense fora de casa nas últimas rodadas, o empate contra o Palmeiras - a expectativa acumulada durante a semana, a tensão da bola no travessão, a alegria do olé de Jorge Henrique, a briga, o grito de "é campeão".
O título é justo, merecido, o Corinthians é o melhor time do Brasil o Corinthians joga bem, joga bonito? O título é justo e merecido. Não importa se jogou bem ou mal, bonito ou feio. Ao Corinthians não é proibido jogar mal, dar de bico, se fechar na defesa, contar com a raça, o coração e o grito da torcida. Ao Corinthians só é proibido uma coisa - desistir. E em 101 anos de história isso ainda não aconteceu e a menos que muita coisa mude no mundo, tenho certeza que jamais acontecerá. Não importa se o Corinthians é ou não o melhor time. O Corinthians não precisa ser o melhor, assim como o povo que ele personifica, o Corinthians só precisa se superar, só precisa seguir em frente e reagir quando todos acham que ele está derrotado, quando todos o subestimam. E não houve time com maior poder de reação e superação nesse campeonato.
Amanhã o povo terá que acordar cedo e ir trabalhar como em toda Segunda-feira, afinal, futebol não dá camisa pra ninguém. Mas amanhã especialmente, o povo fará isso um pouco mais feliz, porque hoje o campeonato acabou e o vencedor foi aquele que do Brasil é o clube mais brasileiro, o time do povo.
O Corinthians.
2 de dezembro de 2011
Dicas de vídeo [06]
Drácula de Bram Stoker
Eu não assisti a saga "Crepúsculo". Nem vou assistir. Respeito (não muito) a opinião de quem gostou, mas desafio - assista a esse clássico de Francis Ford Coppola e faça suas comparações, veja o que é um filme de vampiro de verdade.
Obrigatório.
O Vencedor
Eu gosto de filmes de boxe. Esse aqui é um dos melhores que já vi. A atuação de Christian Bale é impressionante e história (real) é envolvente do início ao fim.
Sensacional.
Tron, o Legado
Eu não assisti o primeiro Tron, pensei que ia ficar perdido nessa história. Até que não. Mas é uma ficção científica com uns conceitos meio complexos, talvez não seja de fácil assimilação assim como o primeiro Matrix. Depois de ver acabei me arrependendo por não ter ido conferir no cinema, porque os efeitos especiais são espetaculares.
Recomendo (para quem está acostumado com o gênero, senão é fria).
Desconhecido
Mais um filme daqueles que o cara perde a memória e vai juntando as peças do quebra-cabeça para descobrir quem era, etc. Estilo "Identidade Bourne". Curiosamente gostei mais desse aqui do que da série "Bourne" com o Matt Damon.
Vale a pena.
Caça às Bruxas
O Nicolas Cage ainda engana muita gente. De vez em quando me engana também. Vejo a cara dele na capa e penso "putz, Nicolas Cage... esse filme deve ser bom". Pois é... esse aqui é medonho. "Enganação" é a palavra que melhor define a sensação de ter assistido esse filme.
Fuja para as montanhas!
Eu não assisti a saga "Crepúsculo". Nem vou assistir. Respeito (não muito) a opinião de quem gostou, mas desafio - assista a esse clássico de Francis Ford Coppola e faça suas comparações, veja o que é um filme de vampiro de verdade.
Obrigatório.
O Vencedor
Eu gosto de filmes de boxe. Esse aqui é um dos melhores que já vi. A atuação de Christian Bale é impressionante e história (real) é envolvente do início ao fim.
Sensacional.
Tron, o Legado
Eu não assisti o primeiro Tron, pensei que ia ficar perdido nessa história. Até que não. Mas é uma ficção científica com uns conceitos meio complexos, talvez não seja de fácil assimilação assim como o primeiro Matrix. Depois de ver acabei me arrependendo por não ter ido conferir no cinema, porque os efeitos especiais são espetaculares.
Recomendo (para quem está acostumado com o gênero, senão é fria).
Desconhecido
Mais um filme daqueles que o cara perde a memória e vai juntando as peças do quebra-cabeça para descobrir quem era, etc. Estilo "Identidade Bourne". Curiosamente gostei mais desse aqui do que da série "Bourne" com o Matt Damon.
Vale a pena.
Caça às Bruxas
O Nicolas Cage ainda engana muita gente. De vez em quando me engana também. Vejo a cara dele na capa e penso "putz, Nicolas Cage... esse filme deve ser bom". Pois é... esse aqui é medonho. "Enganação" é a palavra que melhor define a sensação de ter assistido esse filme.
Fuja para as montanhas!
26 de novembro de 2011
Game - Batman Arkham City
Eu sempre gostei de histórias em quadrinhos. Nunca fui fã da DC Comics, é verdade, mas sempre fui fã do Batman. Depois de ler "O Cavaleiro das Trevas" de Frank Miller, gostar do Batman deixa de ser uma opção.
Também sempre gostei de videogame e apesar da idade já não permitir acompanhar tanto - e além que com o tempo tudo acaba enjoando um pouco - de vez em quando ainda jogo um pouco. Depois fico me sentindo culpado por ter jogado - "putz, deveria ter usado esse tempo para escrever mais contos, assim nunca vou conseguir terminar nenhuma história".
Só posso dizer que esse jogo combina com perfeição as histórias em quadrinhos com o videogame. E esse eu acabei jogando bastante.
Não joguei o anterior "Asylum Arkham" então não posso dizer se melhorou ou piorou. Só posso dizer que quando você começa a jogar esse aqui, tem a impressão que está controlando uma história em quadrinhos, tem a impressão que está realmente lutando ali nas ruas sujas, que está mesmo planando pela noite e quase consegue sentir o cheiro da cidade.
A variação de movimentos e aparelhos é enorme, mas você vai se adaptando com naturalidade. A história principal pode ser terminada em uns dois ou três dias, mas daí ainda restam algumas missões secundárias e os desafios do Charada (esse acaba tomando a maior parte do tempo).
Um jogo praticamente perfeito na minha opinião.
Vale cada centavo do (salgado) preço.
Também sempre gostei de videogame e apesar da idade já não permitir acompanhar tanto - e além que com o tempo tudo acaba enjoando um pouco - de vez em quando ainda jogo um pouco. Depois fico me sentindo culpado por ter jogado - "putz, deveria ter usado esse tempo para escrever mais contos, assim nunca vou conseguir terminar nenhuma história".
Só posso dizer que esse jogo combina com perfeição as histórias em quadrinhos com o videogame. E esse eu acabei jogando bastante.
Não joguei o anterior "Asylum Arkham" então não posso dizer se melhorou ou piorou. Só posso dizer que quando você começa a jogar esse aqui, tem a impressão que está controlando uma história em quadrinhos, tem a impressão que está realmente lutando ali nas ruas sujas, que está mesmo planando pela noite e quase consegue sentir o cheiro da cidade.
A variação de movimentos e aparelhos é enorme, mas você vai se adaptando com naturalidade. A história principal pode ser terminada em uns dois ou três dias, mas daí ainda restam algumas missões secundárias e os desafios do Charada (esse acaba tomando a maior parte do tempo).
Um jogo praticamente perfeito na minha opinião.
Vale cada centavo do (salgado) preço.
23 de novembro de 2011
Legião Urbana - Sereníssima
Essa é provavelmente a banda que mais ouvi e mais gostei na vida. Tive a grande oportunidade de presenciá-los ao vivo no Parque Antártica, em 1990 se não me engano. Bons tempos.
Sou um animal sentimental
Me apego facilmente
ao que desperta meu desejo.
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E você vai logo ver
o que acontece.
Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem
outras coisas.
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas
existem possibilidades.
Tínhamos a idéia, mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de ideia.
Já passou, já passou - quem sabe outro dia.
Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo,
falávamos de amizade.
Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além
do que duvido.
Você espera respostas que eu não tenho mas
Não vou brigar
por causa disso.
Até penso duas vezes se você quiser ficar.
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada?
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo.
20 de novembro de 2011
Decisões, castigos e risadas
A decisão é sua! - Então temos livre arbítrio, certo? Quer dizer que somos livres para fazer o que quisermos, o que tivermos vontade. São muitas as possibilidades e os seres humanos são muito indecisos, mas não há com o que se preocupar, existe um manual para nos ajudar a viver, um livro de regras que mostra um caminho seguro a seguir, o caminho que conduz à salvação. Devemos usar o livre arbítrio e seguir essas regras, que foram criadas pelo mesmo ser que nos criou e nos deu a liberdade de escolha. “Posso seguir um caminho diferente?” – Claro! Mas esteja preparado para o mar de fogo e enxofre que o aguarda.
Deus castiga - Existe um Deus de amor, um Deus vivo, que nos criou e mandou Seu filho – que na verdade era Ele mesmo – para expiar nossos pecados, para sofrer e morrer na cruz pra que nós pudéssemos conhecer o caminho, a verdade e a vida. Um Deus que nos ama. Engraçado ser esse mesmo Deus que condena ao inferno, onde as almas são torturadas por toda a eternidade.
O Diabo dá risada - O diabo até que não se deu mal no final da história. “É melhor reinar no inferno do que servir no céu”. E ele está lá, reinando, com um vasto estoque de almas para torturar por todo o sempre. Ora, além de ir para o inferno e ficar lá queimando (no mármore, magma ou seja o que for) pela eternidade afora, ainda teremos que conviver com o fato de o torturador ter uma alma mais perversa que a nossa? Afinal, o inferno é reservado para os maus e pelo que sei, nesse quesito, embora talvez chegue perto, nenhum humano supera o primeiro dos anjos caídos. Ele deveria estar queimando ou cozinhando, ou seja lá o que for que acontece no inferno (sinceramente espero nunca descobrir), enfim, deveria sofrer num grau acima das demais almas que estão lá, não dar risada enquanto as espeta com seu tridente! Seria essa a tortura, ou melhor, seria esse o escárnio final de Deus sobre os pecadores?
Deus castiga - Existe um Deus de amor, um Deus vivo, que nos criou e mandou Seu filho – que na verdade era Ele mesmo – para expiar nossos pecados, para sofrer e morrer na cruz pra que nós pudéssemos conhecer o caminho, a verdade e a vida. Um Deus que nos ama. Engraçado ser esse mesmo Deus que condena ao inferno, onde as almas são torturadas por toda a eternidade.
O Diabo dá risada - O diabo até que não se deu mal no final da história. “É melhor reinar no inferno do que servir no céu”. E ele está lá, reinando, com um vasto estoque de almas para torturar por todo o sempre. Ora, além de ir para o inferno e ficar lá queimando (no mármore, magma ou seja o que for) pela eternidade afora, ainda teremos que conviver com o fato de o torturador ter uma alma mais perversa que a nossa? Afinal, o inferno é reservado para os maus e pelo que sei, nesse quesito, embora talvez chegue perto, nenhum humano supera o primeiro dos anjos caídos. Ele deveria estar queimando ou cozinhando, ou seja lá o que for que acontece no inferno (sinceramente espero nunca descobrir), enfim, deveria sofrer num grau acima das demais almas que estão lá, não dar risada enquanto as espeta com seu tridente! Seria essa a tortura, ou melhor, seria esse o escárnio final de Deus sobre os pecadores?
14 de novembro de 2011
Dicas de vídeo [05]
Pulp Fiction - Tempo de Violência
Essa é a obra-prima de Quentin Tarantino. Assisti umas 20 vezes esse filme e quero assistir de novo, é simplesmente sensacional. É criativo e inovador ainda hoje, imagine no lançamento. Parece que foi ontem, mas lá se foram 17 anos.
Imperdível, clássico, obrigatório.
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
Peguei esse pensando - bom, acho que em breve terei mais um filme para NÃO RECOMENDAR no blog. É ruim, mas não tanto. Acho que o maior mérito do filme é se entregar à ação pura e simples sem muita pretensão. Acaba sendo divertido.
Para quem quer passar o tempo sem queimar muito os neurônios.
Água Para Elefantes
Quando minha esposa trouxe esse (foi ela, eu juro!) já pensei - "Putz, que baboseira". Engraçado que na maioria dos filmes românticos pensamos a mesma coisa e acabamos dando risada e gostando depois. Com esse não foi diferente.E também foi bom para quebrar um pouco o preconceito com o Robert Pattinson por causa da saga "Crepúsculo", até que o cara atua bem.
É um bom filme, recomendo.
Incontrolável
Skyline - A Invasão
Esse aqui foi mais ou menos no mesmo esquema do "Batalha de Los Angeles" descrito acima. Mas dessa vez eu estava certo infelizmente. O filme é uma verdadeira bomba.
Só vale se você estiver com insônia. É colocar isso aí pra rodar e tiro e queda, dorme igual criança.
Essa é a obra-prima de Quentin Tarantino. Assisti umas 20 vezes esse filme e quero assistir de novo, é simplesmente sensacional. É criativo e inovador ainda hoje, imagine no lançamento. Parece que foi ontem, mas lá se foram 17 anos.
Imperdível, clássico, obrigatório.
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
Peguei esse pensando - bom, acho que em breve terei mais um filme para NÃO RECOMENDAR no blog. É ruim, mas não tanto. Acho que o maior mérito do filme é se entregar à ação pura e simples sem muita pretensão. Acaba sendo divertido.
Para quem quer passar o tempo sem queimar muito os neurônios.
Água Para Elefantes
Quando minha esposa trouxe esse (foi ela, eu juro!) já pensei - "Putz, que baboseira". Engraçado que na maioria dos filmes românticos pensamos a mesma coisa e acabamos dando risada e gostando depois. Com esse não foi diferente.E também foi bom para quebrar um pouco o preconceito com o Robert Pattinson por causa da saga "Crepúsculo", até que o cara atua bem.
É um bom filme, recomendo.
Incontrolável
Ação básica e previsível, no melhor estilo "Sessão da Tarde". Não chega a ser um filme ruim, só não tem nada demais. É tipo um "Velocidade máxima", trocando o Keanu Reeves pelo Denzel Washington.
Fico em cima do muro quanto a recomendar, provavelmente haverá melhores opções na locadora, mas é uma boa para se assistir com a família, principalmente com os pais que gostam de ação mais à moda antiga.Skyline - A Invasão
Esse aqui foi mais ou menos no mesmo esquema do "Batalha de Los Angeles" descrito acima. Mas dessa vez eu estava certo infelizmente. O filme é uma verdadeira bomba.
Só vale se você estiver com insônia. É colocar isso aí pra rodar e tiro e queda, dorme igual criança.
9 de novembro de 2011
Chuta que é macumba
Dizem que se macumba ganhasse jogo, o campeonato da Bahia terminava empatado. Também dizem que sorte é o encontro da competência com a oportunidade.
Bom, eu não acredito em macumba, mas eu acompanho futebol há 25 anos e a observação me levou a acreditar um pouco no fator sorte. O camisa 10 (algum torcedor do São Paulo ainda se lembra o que é isso?) chuta da intermediária, a bola explode no travessão, volta para o meio da área e o zagueiro tira de qualquer jeito. 2 milímetros para baixo e a bola teria resvalado no travessão e estufado a rede. Alguns centímetros de campo para trás que o chute fosse dado e o efeito seria o mesmo - gol. Podemos dizer que faltou competência no chute? Acho que não. O mesmo camisa 10 finaliza do mesmo lugar, mas dessa vez é um chute torto e relativamente fraco, só que no meio do caminho o zagueiro adversário resolve cortar e acaba desviando a bola do goleiro. Um gol improvável em um chute executado sem muita qualidade. O que é isso? Competência do atacante que arriscou? Incompetência do zagueiro que falhou? Bom, eu chamo de sorte e azar.
A discussão é longa e as teorias são variadas. Os defensores dos campeonatos de pontos corridos (grupo em que eu já estive) dizem que nesse formato o fator sorte é minimizado. Um time pode ter sorte ou azar em algumas partidas, mas ao longo da competição a competência prevalecerá e o melhor, o mais constante, será o campeão. Após alguns anos de observação eu tenho algumas dúvidas quanto a isso. Quantas decisões já não ficaram para a última rodada, para uma única partida, sujeita a erros de arbitragem, falhas, chutes de rara felicidade, mala preta, mala branca, e toda miríade de eventos que podem mudar o rumo de um jogo?
Mas esse é outro assunto.
Toda essa conversa sobre sorte e azar foi para dizer o seguinte - o São Paulo está zicado.
Falta competência? Falta comando? Falta comprometimento de boa parte do elenco? Falta uma postura com mais foco no futebol por parte dos dirigentes? Falta um camisa 10? Falta um Lugano para comer a grama, intimidar os adversário e inspirar e cobrar os companheiros a comer grama também? Falta treinar a defesa para cortar bolas aéreas? Falta alguém para segurar a bola e esfriar o jogo quando o time está ganhando?
Sem dúvida.
Mas também está faltando sorte e isso conta muito no futebol.
No último Sábado o São Paulo abriu 3 x 1 contra o Bahia. Dominava o jogo e teve a chance de fazer 4. Daí tomou um gol, a torcida adversária cresceu, tomou o empate e a torcida sufucou, tomou a virada e os baianos terão uma virada épica (e merecida) para se lembrar e contar aos netos. Sobrou competência ao tricolor de aço, faltou ao tricolor paulista, isso não se discute. Mas esse tipo de virada não acontece todo dia e aconteceu conosco. No primeiro turno, quase ocorreu algo parecido contra o Coritiba. Eu também considero obra do acaso quando o time adversário está num momento de rara felicidade. O que o Jobson tinha feito no campeonato de 2009? Bom, contra o São Paulo ele fez dois golaços que nos custaria a liderança que por sorte não nos foi tirada naquela rodada. O que fez o Goiás no campeonato de 2009? Contra o São Paulo fez uma partida onde tudo deu certo e todas as finalizações balançaram a nossa rede.
No jogo em que Adilson caiu esse ano, o São Paulo jogava melhor, dominava. Rogério cobrou uma falta que passou perto da trave um pouco antes de tomar o gol. Se é numa época de vacas gordas aquela bola entra. Os chutes do Jobson iriam para fora e os do Washington para dentro em 2009. Por mais que você tente, treine e seja competente (não, o Washington não era), se a sorte não estiver ao lado, não adianta. Se a sorte não estivesse do nosso lado em 93, nunca a bola teria batido no calcanhar de Muller e entrado no gol do Milan - talvez fizessemos o gol de outra forma, ou venceríamos nos pênaltis, mas talvez o Milan teria virado se não fosse aquele gol. Se a sorte não estivesse do nosso lado em 86, nunca aquela bola acabaria nos pés de Careca dentro da área do Guarani no último minuto da prorrogação - e nessa situação sim, não haveria mais o que fazer nem o que acontecer.
Os exemplos são muitos, tanto de sorte quanto de azar. Esse ano, fizemos certo e deu tudo errado, trouxemos Luís Fabiano de volta e o time acabou desandando, contratamos o meia (uma grande incógnita é verdade) e o cara fica 10 minutos em campo e se machuca, tem que operar e ficar 8 meses parado. Tomamos viradas épicas como a do último Sábado, gols bestas por falhas grotescas e outros por mais azar do que qualquer outra coisa. O 2º gol do Flamengo no Morumbi e o gol da eliminação na Sul-Americana (bola bate na trave, volta, bate na cabeça do Rogério e entra) são os maiores exemplos do que eu quero dizer.
Temos 15 pontos pela frente, mas a vaga na libertadores me parece um sonho distante agora. Tudo muda de um fim de semana para o outro, mas como disse o poeta - sem sorte não se toma nem um picolé. E esse time, além de pouco competente, está zicado.
Deve ser macumba de corintiano.
Bom, eu não acredito em macumba, mas eu acompanho futebol há 25 anos e a observação me levou a acreditar um pouco no fator sorte. O camisa 10 (algum torcedor do São Paulo ainda se lembra o que é isso?) chuta da intermediária, a bola explode no travessão, volta para o meio da área e o zagueiro tira de qualquer jeito. 2 milímetros para baixo e a bola teria resvalado no travessão e estufado a rede. Alguns centímetros de campo para trás que o chute fosse dado e o efeito seria o mesmo - gol. Podemos dizer que faltou competência no chute? Acho que não. O mesmo camisa 10 finaliza do mesmo lugar, mas dessa vez é um chute torto e relativamente fraco, só que no meio do caminho o zagueiro adversário resolve cortar e acaba desviando a bola do goleiro. Um gol improvável em um chute executado sem muita qualidade. O que é isso? Competência do atacante que arriscou? Incompetência do zagueiro que falhou? Bom, eu chamo de sorte e azar.
A discussão é longa e as teorias são variadas. Os defensores dos campeonatos de pontos corridos (grupo em que eu já estive) dizem que nesse formato o fator sorte é minimizado. Um time pode ter sorte ou azar em algumas partidas, mas ao longo da competição a competência prevalecerá e o melhor, o mais constante, será o campeão. Após alguns anos de observação eu tenho algumas dúvidas quanto a isso. Quantas decisões já não ficaram para a última rodada, para uma única partida, sujeita a erros de arbitragem, falhas, chutes de rara felicidade, mala preta, mala branca, e toda miríade de eventos que podem mudar o rumo de um jogo?
Mas esse é outro assunto.
Toda essa conversa sobre sorte e azar foi para dizer o seguinte - o São Paulo está zicado.
Falta competência? Falta comando? Falta comprometimento de boa parte do elenco? Falta uma postura com mais foco no futebol por parte dos dirigentes? Falta um camisa 10? Falta um Lugano para comer a grama, intimidar os adversário e inspirar e cobrar os companheiros a comer grama também? Falta treinar a defesa para cortar bolas aéreas? Falta alguém para segurar a bola e esfriar o jogo quando o time está ganhando?
Sem dúvida.
Mas também está faltando sorte e isso conta muito no futebol.
No último Sábado o São Paulo abriu 3 x 1 contra o Bahia. Dominava o jogo e teve a chance de fazer 4. Daí tomou um gol, a torcida adversária cresceu, tomou o empate e a torcida sufucou, tomou a virada e os baianos terão uma virada épica (e merecida) para se lembrar e contar aos netos. Sobrou competência ao tricolor de aço, faltou ao tricolor paulista, isso não se discute. Mas esse tipo de virada não acontece todo dia e aconteceu conosco. No primeiro turno, quase ocorreu algo parecido contra o Coritiba. Eu também considero obra do acaso quando o time adversário está num momento de rara felicidade. O que o Jobson tinha feito no campeonato de 2009? Bom, contra o São Paulo ele fez dois golaços que nos custaria a liderança que por sorte não nos foi tirada naquela rodada. O que fez o Goiás no campeonato de 2009? Contra o São Paulo fez uma partida onde tudo deu certo e todas as finalizações balançaram a nossa rede.
No jogo em que Adilson caiu esse ano, o São Paulo jogava melhor, dominava. Rogério cobrou uma falta que passou perto da trave um pouco antes de tomar o gol. Se é numa época de vacas gordas aquela bola entra. Os chutes do Jobson iriam para fora e os do Washington para dentro em 2009. Por mais que você tente, treine e seja competente (não, o Washington não era), se a sorte não estiver ao lado, não adianta. Se a sorte não estivesse do nosso lado em 93, nunca a bola teria batido no calcanhar de Muller e entrado no gol do Milan - talvez fizessemos o gol de outra forma, ou venceríamos nos pênaltis, mas talvez o Milan teria virado se não fosse aquele gol. Se a sorte não estivesse do nosso lado em 86, nunca aquela bola acabaria nos pés de Careca dentro da área do Guarani no último minuto da prorrogação - e nessa situação sim, não haveria mais o que fazer nem o que acontecer.
Os exemplos são muitos, tanto de sorte quanto de azar. Esse ano, fizemos certo e deu tudo errado, trouxemos Luís Fabiano de volta e o time acabou desandando, contratamos o meia (uma grande incógnita é verdade) e o cara fica 10 minutos em campo e se machuca, tem que operar e ficar 8 meses parado. Tomamos viradas épicas como a do último Sábado, gols bestas por falhas grotescas e outros por mais azar do que qualquer outra coisa. O 2º gol do Flamengo no Morumbi e o gol da eliminação na Sul-Americana (bola bate na trave, volta, bate na cabeça do Rogério e entra) são os maiores exemplos do que eu quero dizer.
Temos 15 pontos pela frente, mas a vaga na libertadores me parece um sonho distante agora. Tudo muda de um fim de semana para o outro, mas como disse o poeta - sem sorte não se toma nem um picolé. E esse time, além de pouco competente, está zicado.
Deve ser macumba de corintiano.
Festa Portuguesa
O futebol é engraçado. Às vezes ele estraga nosso dia, por mais que tentemos negar, por menos que queiramos nos importar - "nunca mais torço por esse time enquanto esses mercenários estiverem vestindo essa camisa!" é uma frase recorrente após uma derrota humilhante. A indignação dura um, dois dias, dura um jogo.
O futebol é engraçado. Às vezes ele salva o nosso humor, nos dá aquela alegria boba e inesperada com gosto de infância, de inocência. Na semana seguinte a derrota amarga, no próximo Sábado, no próximo Domingo, no próximo jogo, estamos lá novamente, torcendo pelos mercenários, gritando seus nomes e pensando "agora ninguém segura!" após uma vitória.
O futebol pode ser cruel, injusto. Já vi grandes times perdendo por detalhes, por uma partida ruim, uma bola que bateu na trave e entrou de um lado e bateu na trave e saiu do outro. Já vi grandes jogos sendo completamente estragados porque o cara soprando o apito decidiu aparecer mais que os jogadores.
O futebol é o esporte mais apaixonante que existe, não conheço quase nenhum outro, mas tenho certeza do que estou dizendo. A paixão pelo jogo independe da divisão, do campeonato, da fase, do time, da torcida. Na hora em que a rede balança, todos os corações batem na mesma sintonia, todos voltamos a ser criança por pelo menos um instante. E esses são aqueles momentos pelos quais se vale a pena viver.
O futebol pode ser cruel, injusto, mas também pode ser bonito.
Hoje o Canindé estava bonito, lotado. Corações apaixonados cantavam em sintonia "Lusa ê ô, Lusa ê ô, Lusa ê ôôôôôôôôôôôô" e presenciar isso foi bonito como contemplar a lua que iluminava o céu dessa noite mágica. Era o jogo do título e a Portuguesa com sua quase impecável campanha merecia isso. A torcida merecia isso.
Do outro lado estavam os leões de Recife, o Sport, um time aguerrido e incrivelmente veloz. E o primeiro gol deles saiu rápido, bem na hora que eu estava entrando no estádio, ouvi a torcida da lusa calada e os jogadores de branco se abraçando - percebi que algo não estava bem. Eu nem cheguei a ver o gol. E nem vou ver replay, nem VT. Não quero estragar as minhas memórias dessa noite vendo os lances pela televisão.
Com o tempo eu vou me esquecer da maioria das jogadas, talvez me esqueça da falta no travessão e do chute raspando que trariam o empate ainda no primeiro tempo. Talvez me esqueça dos rápidos e perigosos contra-ataques que o Sport puxava. Talvez me esqueça ou supervalorize de maneira romântica a garra que a Portuguesa voltou para o segundo tempo, pressionando no mesmo embalo da torcida que não parava de cantar.
Talvez esqueça até detalhes do golaço de empate, no belo chute de Marco Antônio, talvez esqueça detalhes do drible sensacional de Luís Ricardo antes de cruzar para a área e a rede estufar no gol da virada. Talvez esqueça o gol de empate do Sport. Sim, talvez eu esqueça alguns detalhes, me confunda e exagere outros.
Mas eu tenho certeza que nunca vou me esquecer os sentimentos que vivi nessa noite, assistindo de perto essa partida onde dois times mostraram como uma briga entre leões deve ser. Nunca vou me esquecer a alegria de pular como criança na arquibancada, comemorando um gol, comemorando um título.
Nunca vou me esquecer do dia em que eu fui no Canindé lotado e vi a Portuguesa ser campeã. Eu vi a alegria genuína no rosto das pessoas à minha volta e não há como não se contagiar com isso. E quando isso acontece, você tem certeza que é um daqueles momentos pelos quais se vale a pena viver. Você tem certeza que mesmo não conhecendo muito outros esportes, o futebol é o melhor e mais apaixonante de todos eles.
Parabéns Lusa! E muito obrigado.
"We are the champions, my friends!"
O futebol é engraçado. Às vezes ele salva o nosso humor, nos dá aquela alegria boba e inesperada com gosto de infância, de inocência. Na semana seguinte a derrota amarga, no próximo Sábado, no próximo Domingo, no próximo jogo, estamos lá novamente, torcendo pelos mercenários, gritando seus nomes e pensando "agora ninguém segura!" após uma vitória.
O futebol pode ser cruel, injusto. Já vi grandes times perdendo por detalhes, por uma partida ruim, uma bola que bateu na trave e entrou de um lado e bateu na trave e saiu do outro. Já vi grandes jogos sendo completamente estragados porque o cara soprando o apito decidiu aparecer mais que os jogadores.
O futebol é o esporte mais apaixonante que existe, não conheço quase nenhum outro, mas tenho certeza do que estou dizendo. A paixão pelo jogo independe da divisão, do campeonato, da fase, do time, da torcida. Na hora em que a rede balança, todos os corações batem na mesma sintonia, todos voltamos a ser criança por pelo menos um instante. E esses são aqueles momentos pelos quais se vale a pena viver.
O futebol pode ser cruel, injusto, mas também pode ser bonito.
Hoje o Canindé estava bonito, lotado. Corações apaixonados cantavam em sintonia "Lusa ê ô, Lusa ê ô, Lusa ê ôôôôôôôôôôôô" e presenciar isso foi bonito como contemplar a lua que iluminava o céu dessa noite mágica. Era o jogo do título e a Portuguesa com sua quase impecável campanha merecia isso. A torcida merecia isso.
Do outro lado estavam os leões de Recife, o Sport, um time aguerrido e incrivelmente veloz. E o primeiro gol deles saiu rápido, bem na hora que eu estava entrando no estádio, ouvi a torcida da lusa calada e os jogadores de branco se abraçando - percebi que algo não estava bem. Eu nem cheguei a ver o gol. E nem vou ver replay, nem VT. Não quero estragar as minhas memórias dessa noite vendo os lances pela televisão.
Com o tempo eu vou me esquecer da maioria das jogadas, talvez me esqueça da falta no travessão e do chute raspando que trariam o empate ainda no primeiro tempo. Talvez me esqueça dos rápidos e perigosos contra-ataques que o Sport puxava. Talvez me esqueça ou supervalorize de maneira romântica a garra que a Portuguesa voltou para o segundo tempo, pressionando no mesmo embalo da torcida que não parava de cantar.
Talvez esqueça até detalhes do golaço de empate, no belo chute de Marco Antônio, talvez esqueça detalhes do drible sensacional de Luís Ricardo antes de cruzar para a área e a rede estufar no gol da virada. Talvez esqueça o gol de empate do Sport. Sim, talvez eu esqueça alguns detalhes, me confunda e exagere outros.
Mas eu tenho certeza que nunca vou me esquecer os sentimentos que vivi nessa noite, assistindo de perto essa partida onde dois times mostraram como uma briga entre leões deve ser. Nunca vou me esquecer a alegria de pular como criança na arquibancada, comemorando um gol, comemorando um título.
Nunca vou me esquecer do dia em que eu fui no Canindé lotado e vi a Portuguesa ser campeã. Eu vi a alegria genuína no rosto das pessoas à minha volta e não há como não se contagiar com isso. E quando isso acontece, você tem certeza que é um daqueles momentos pelos quais se vale a pena viver. Você tem certeza que mesmo não conhecendo muito outros esportes, o futebol é o melhor e mais apaixonante de todos eles.
Parabéns Lusa! E muito obrigado.
"We are the champions, my friends!"
6 de novembro de 2011
Já encheu o saco - Taça das bolinhas
Em 1971 teve início a história do campeonato brasileiro de futebol, organizado pela então CBD, nos moldes que conhecemos hoje, tendo como grande campeão o Clube Atlético Mineiro. A taça da competição seria de posse transitória, passando de campeão para campeão, ano após ano, até que algum clube conseguisse consquistá-la por 3 vezes seguidas ou por 5 vezes no total. Entrariam nessa conta os torneios organizados pela CBD/CBF.
Em 1987 a CBF jogou a toalha e assumiu que não teria condições de organizar o campeonato brasileiro de futebol (condição que na prática se mantém veladamente até hoje). Os times, liderados pelo São Paulo Futebol Clube, organizaram uma liga, que ficou conhecida como Copa União. Contando com os 12 gigantes e alguns poucos coadjuvantes o campeonato foi um sucesso e teve como legítimo campeão o Clube de Regatas do Flamengo. Era o tetracampeonato nacional do mengão. Porém, paralelo à Copa União, um outro campeonato foi disputado, envolvendo os demais times, inclusive o Guarani, vice-campeão do ano anterior. Esse torneio, que teve o Sport Clube do Recife como campeão, acabou sendo considerado oficial pela CBF. Para unificar os campeonatos, foi proposto que os campeões se enfrentassem, para unificar o título.
O Flamengo, apoiado pelos outros grandes que disputaram a Copa União, se negou a jogar. A CBF então reconheceu o Sport e o resto do mundo o Flamengo como campeão nacional de 87.
E a vida continuou.
Veio 92 e mais um título nacional para o Flamengo, o quinto de sua história, o quarto reconhecido pela CBF.
E a vida continuou de novo, ela sempre faz isso.
Veio 2006 e o São Paulo consegue seu 4º título brasileiro. 2007 e o tricolor é pentacampeão, reconhecido pela CBF. 2008 vem o hexa, três campeonatos seguidos. O São Paulo exigiu a posse definitiva da taça, a famigerada Taça das Bolinhas e o Flamengo não gostou, alegando ter sido o primeiro pentacampeão em 92.
E aí começou uma das maiores palhaçadas do futebol brasileiro nos últimos tempos.
Tivessem os dirigentes dos grandes clubes seguido o exemplo da Copa União e continuado a organizar os campeonatos sem a mão opressora da CBF, nada disso teria acontecido. Mas a mesquinharia e covardia fala mais alto para esses senhores.
O São Paulo alega ser o primeiro pentacampeão reconhecido pela CBF (justamente a CBF que tanto nos prejudica e a quem o clube tanto combate), o que é verdade. O Flamengo alega ser o primeiro pentacampeão nacional depois de 71, o que também é verdade, os grandes, liderados pelo próprio São Paulo, reconheceram isso em 87.
A Taça virou arma política. O presidente da CBF acena com ela e os dirigentes fazem o ridículo papel de um cão querendo abocanhar o osso. É patético. A taça veio para o Morumbi, mas a cada semana surgem decretos com a intenção de tirá-la de lá.
São Paulo e Flamengo, dois gigantes mundiais, dois times que dentro de campo são capazes de protagonizar jogos memoráveis que mexem com 50 milhões de corações, agora estão numa disputa nojenta de bastidores, criando uma rixa desnecessária por um simples pedaço de lata. Sim, é isso que as taças são, todas elas. O que importa são os títulos, as emoções vividas pelos torcedores e as lembranças. Isso ninguém pode nos tirar, não há taça que substitua. O que mais me impressiona são torcedores, dos dois lados, defendendo apaixonadamente a posse da taça, um acusando o outro de ladrão, outro acusando o um de mentiroso. Estamos numa época conturbada, levando o esporte a sério demais, criando inimizades demais. Parece que sempre precisamos provar ser os melhores e muitas vezes fazemos isso rebaixando os outros, difamando. Quanto maior for o Flamengo, maior será o São Paulo. E vice-versa. A importância desses clubes não aumentará nem diminuirá com a posse ou falta dessa taça.
Essa poderia ser a grande oportunidade para se dar um grande golpe na CBF e um grande exemplo de espírito esportivo, replicando a taça, deixando uma na Gávea, outra no Morumbi e a original em algum museu. Bastaria um pouco de boa vontade e coragem dos dirigentes. Mas a mesquinharia e covardia fala mais alto para esses senhores e senhoras.
Sinceramente, fico triste e envergonhado ao acompanhar meu time do coração envolvido em tal disputa.
E essa taça das bolinhas já encheu o saco.
Em 1987 a CBF jogou a toalha e assumiu que não teria condições de organizar o campeonato brasileiro de futebol (condição que na prática se mantém veladamente até hoje). Os times, liderados pelo São Paulo Futebol Clube, organizaram uma liga, que ficou conhecida como Copa União. Contando com os 12 gigantes e alguns poucos coadjuvantes o campeonato foi um sucesso e teve como legítimo campeão o Clube de Regatas do Flamengo. Era o tetracampeonato nacional do mengão. Porém, paralelo à Copa União, um outro campeonato foi disputado, envolvendo os demais times, inclusive o Guarani, vice-campeão do ano anterior. Esse torneio, que teve o Sport Clube do Recife como campeão, acabou sendo considerado oficial pela CBF. Para unificar os campeonatos, foi proposto que os campeões se enfrentassem, para unificar o título.
O Flamengo, apoiado pelos outros grandes que disputaram a Copa União, se negou a jogar. A CBF então reconheceu o Sport e o resto do mundo o Flamengo como campeão nacional de 87.
E a vida continuou.
Veio 92 e mais um título nacional para o Flamengo, o quinto de sua história, o quarto reconhecido pela CBF.
E a vida continuou de novo, ela sempre faz isso.
Veio 2006 e o São Paulo consegue seu 4º título brasileiro. 2007 e o tricolor é pentacampeão, reconhecido pela CBF. 2008 vem o hexa, três campeonatos seguidos. O São Paulo exigiu a posse definitiva da taça, a famigerada Taça das Bolinhas e o Flamengo não gostou, alegando ter sido o primeiro pentacampeão em 92.
E aí começou uma das maiores palhaçadas do futebol brasileiro nos últimos tempos.
Tivessem os dirigentes dos grandes clubes seguido o exemplo da Copa União e continuado a organizar os campeonatos sem a mão opressora da CBF, nada disso teria acontecido. Mas a mesquinharia e covardia fala mais alto para esses senhores.
O São Paulo alega ser o primeiro pentacampeão reconhecido pela CBF (justamente a CBF que tanto nos prejudica e a quem o clube tanto combate), o que é verdade. O Flamengo alega ser o primeiro pentacampeão nacional depois de 71, o que também é verdade, os grandes, liderados pelo próprio São Paulo, reconheceram isso em 87.
A Taça virou arma política. O presidente da CBF acena com ela e os dirigentes fazem o ridículo papel de um cão querendo abocanhar o osso. É patético. A taça veio para o Morumbi, mas a cada semana surgem decretos com a intenção de tirá-la de lá.
São Paulo e Flamengo, dois gigantes mundiais, dois times que dentro de campo são capazes de protagonizar jogos memoráveis que mexem com 50 milhões de corações, agora estão numa disputa nojenta de bastidores, criando uma rixa desnecessária por um simples pedaço de lata. Sim, é isso que as taças são, todas elas. O que importa são os títulos, as emoções vividas pelos torcedores e as lembranças. Isso ninguém pode nos tirar, não há taça que substitua. O que mais me impressiona são torcedores, dos dois lados, defendendo apaixonadamente a posse da taça, um acusando o outro de ladrão, outro acusando o um de mentiroso. Estamos numa época conturbada, levando o esporte a sério demais, criando inimizades demais. Parece que sempre precisamos provar ser os melhores e muitas vezes fazemos isso rebaixando os outros, difamando. Quanto maior for o Flamengo, maior será o São Paulo. E vice-versa. A importância desses clubes não aumentará nem diminuirá com a posse ou falta dessa taça.
Essa poderia ser a grande oportunidade para se dar um grande golpe na CBF e um grande exemplo de espírito esportivo, replicando a taça, deixando uma na Gávea, outra no Morumbi e a original em algum museu. Bastaria um pouco de boa vontade e coragem dos dirigentes. Mas a mesquinharia e covardia fala mais alto para esses senhores e senhoras.
Sinceramente, fico triste e envergonhado ao acompanhar meu time do coração envolvido em tal disputa.
E essa taça das bolinhas já encheu o saco.
4 de novembro de 2011
Pearl Jam - Do The Evolution
Eu não gostava do Pearl Jam. Tinha asco na verdade, não suportava ouvir. Daí veio essa música e esse clipe, que é um dos melhores de todos os tempos. Comecei a ir em alguns shows de uma banda cover dos caras (muito boa por sinal) e meu gosto acabou mudando. Não posso dizer que sou fã, mas hoje aprecio bastante as maiorias das músicas que ouço. E hoje vou no show deles no Morumbi!
I'm ahead, I'm a man
I'm the first mammal to wear pants, yeah
I'm at peace with my lust
I can kill 'cause in God I trust, yeah
It's evolution, baby
I'm at peace, I'm the man
Buying stocks on the day of the crash
On the loose, I'm a truck
All the rolling hills, I'll flatten 'em out, yeah
It's herd behavior, uh huh
It's evolution, baby
Admire me, admire my home
Admire my son, he's my clone
Yeah, yeah, yeah, yeah
This land is mine, this land is free
I'll do what I want but irresponsibly
It's evolution, baby
I'm a thief, I'm a liar
There's my church, I sing in the choir
(hallelujah, hallelujah)
Admire me, admire my home
Admire my son, admire my clothes
'Cause we know, appetite for a nightly feast
Those ignorant Indians got nothin' on me
Nothin', why?
Because... it's evolution, baby!
I am ahead, I am advanced
I am the first mammal to make plans, yeah
I crawled the earth, but now I'm higher
2010, watch it go to fire
It's evolution, baby
It's evolution, baby
Do the evolution
Come on, come on, come on
2 de novembro de 2011
Dicas de vídeo [04]
Réquiem Para um Sonho
Esse não é um filme para se assistir com a família. Não é um filme que te deixa bem, pelo contrário - é perturbador ao extremo, pesado. Mas esse filme é uma obra de arte, é algo raro.
Obrigatório.
Kick-Ass - Quebrando Tudo
É violento, sádico, politicamente incorreto. E provavelmente um dos melhores filmes de super-heróis já feitos.
Extremamente recomendado!
Herencia
Para quem quer um filme mais "light". Não é comédia romântica nem nada disso, é só mais um bom filme argentino (aliás, como são bons os filmes argentinos!), história bem contada, personagens bem trabalhados.
Recomendo.
Sucker Punch - Mundo Surreal
Assisti esse filme no IMAX. O diretor Zack Snyder que havia acertado a mão nas adaptações de 300 e Watchmen, dessa vez se perdeu. O filme é um grande videoclipe e logo os efeitos especiais e cenas de ação (excelentes aliás) acabam não compensando a falta de história. Nem a tela gigante salvou o filme, dinheiro jogado fora.
Esse não é um filme para se assistir com a família. Não é um filme que te deixa bem, pelo contrário - é perturbador ao extremo, pesado. Mas esse filme é uma obra de arte, é algo raro.
Obrigatório.
Kick-Ass - Quebrando Tudo
É violento, sádico, politicamente incorreto. E provavelmente um dos melhores filmes de super-heróis já feitos.
Extremamente recomendado!
Herencia
Para quem quer um filme mais "light". Não é comédia romântica nem nada disso, é só mais um bom filme argentino (aliás, como são bons os filmes argentinos!), história bem contada, personagens bem trabalhados.
Recomendo.
Sucker Punch - Mundo Surreal
Assisti esse filme no IMAX. O diretor Zack Snyder que havia acertado a mão nas adaptações de 300 e Watchmen, dessa vez se perdeu. O filme é um grande videoclipe e logo os efeitos especiais e cenas de ação (excelentes aliás) acabam não compensando a falta de história. Nem a tela gigante salvou o filme, dinheiro jogado fora.
31 de outubro de 2011
CPM22 - Tarde de Outubro
Essa banda costuma gerar controvérsias e alguns xingos de "emo". Bom, eu gosto bastante. Sinceramente acho que foi a última boa banda de rock nacional. Ou pelo menos a última banda aceitável.
Peguei minhas coisas fui embora
Não queria mais voltar
Eu nunca quis presenciar o fim
Há dias que os dias passam devagar
Tudo se foi nada restou pra mim
Por isso estou aqui agora
Vou embora sem pensar
No que ficou pra começar ali
Mas eu só tinha algumas horas pra voltar
Tudo se foi, nada restou pra mim
São coisas que somente o tempo irá curar
Se for para nunca mais te ver chorar
São coisas que somente o tempo irá curar
Se foi tudo vai passar
Peguei minhas coisas
Não queria mais voltar
Eu nunca quis presenciar o fim
Há dias que os dias passam devagar
Tudo se foi, nada restou pra mim
São coisas que somente o tempo irá curar
Se for para nunca mais te ver chorar
São coisas que somente o tempo irá curar
Se foi tudo vai passar
Tudo vai passar
Tudo vai passar
Imortal e histórico
No final da década de 90 o Grêmio revelou ao mundo um jogador de enorme talento e habilidade. Esse jogador tinha os dentes grandes, sorriso alegre, era conhecido por "Ronaldinho Gaúcho" e vê-lo com a bola nos pés era quase como ver as histórias dos ídolos do passado materializadas em campo. Seria ele o novo Pelé, o novo Garrincha? Talvez em seu auge tenha sido o atleta contemporâneo que mais se aproximou dessas lendas. Como acontecia com todos os nossos craques na época (e acontece ainda hoje em escala só um pouco menor), Ronaldinho sofreu assédio europeu e não resistiu por muito tempo. Acabou forçando sua saída, dando as costas ao clube que lhe deu condições de aparecer para o mundo.
Mas essas saídas forçadas acabam caindo no esquecimento por boa parte da torcida. Acabamos por nos lembrar mais dos dribles, dos gols, da magia... e principalmente da falta que isso nos faz. No começo desse ano, Ronaldinho anunciou que voltaria ao Brasil, e o Grêmio anunciou que traria de volta seu filho pródigo. E novamente Ronaldinho apunhalou o tricolor pelas costas. Após a negociação mais teatral da história do futebol, com 3 clubes fazendo um leilão aberto pelo jogador para deleite da mídia, Ronaldinho assinou contrato com o Flamengo e iniciou uma espetacular campanha com a camisa rubro-negra.
O jogo contra os cariocas era aguardado com ansiedade pela torcida gremista. No primeiro turno, no Rio de Janeiro, vitória do Mengão, 2 x 0, com gol de Ronaldinho. Pior não poderia ser para os tricolores.
No returno, os times vivem momentos distintos na tabela - o Flamengo brigando pelo título e o Grêmio apenas sonhando com uma vaga na libertadores. Mas alguns jogos valem mais do que qualquer aspiração na tabela, do que qualquer campeonato ou vaga. Alguns jogos são universos completos em si mesmos. E hoje vimos um desses jogos, daqueles que a gente vai lembrar e contar para os netos.
A torcida compareceu em peso, disposta a mostrar todo o "carinho" por seu antigo ídolo. O Olímpico era um caldeirão e poucos times no mundo tem camisa para suportar essa pressão, para não tremer diante da torcida apaixonada que canta em azul, preto e branco.
O Flamengo é um desses poucos times.
A camisa rubro-negra impõe respeito onde quer que vá. A torcida magnética não precisa se deslocar para seguir o time, ela já está lá. Há flamenguistas em grande número em todos os lugares e o Flamengo não sente a pressão de jogar fora de casa da mesma maneira que os outros times sentem. O jogo começa e logo no início, o vilão do dia, Ronaldinho, manda uma bola no travessão. O Grêmio responde e obriga Felipe a trabalhar, mas o Flamengo joga melhor, troca passes e envolve o Grêmio. E o domínio se transforma em gol. Em gols. Deivid aos 23 e o excelente Thiago Neves aos 35.
O dia da vingança se encaminhava para um dia de desilusão. O Flamengo parecia ter matado o jogo e ia conseguindo um resultado espetacular na busca pelo hepta. Mas estávamos no Olímpico, ainda era o primeiro tempo, e sobretudo, entre todos os times do mundo, existe apenas um que é imortal - o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
André Lima desconta no final do primeiro tempo e mostra aos cariocas que nada está decidido.
Logo no recomeço do segundo tempo, o mesmo André Lima dá um lindo drible entre as pernas de Airton e bate no canto para empatar. O caldeirão volta a ferver e agora o Flamengo sente a pressão. A virada demora, mas ela vem, em belo gol de Douglas aos 34. O jogo já ganha ares de lenda e aos 39, Miralles faz um golaço para fechar o caixão rubro-negro, um golaço para mostrar quem manda no Olímpico, para fazer Ronaldinho calar seu sorriso, um golaço para selar com chave de ouro uma partida histórica, um golaço para fazer a torcida tricolor se orgulhar, explodir de alegria e cantar.
Cantar o Rio Grande com amor.
Mas essas saídas forçadas acabam caindo no esquecimento por boa parte da torcida. Acabamos por nos lembrar mais dos dribles, dos gols, da magia... e principalmente da falta que isso nos faz. No começo desse ano, Ronaldinho anunciou que voltaria ao Brasil, e o Grêmio anunciou que traria de volta seu filho pródigo. E novamente Ronaldinho apunhalou o tricolor pelas costas. Após a negociação mais teatral da história do futebol, com 3 clubes fazendo um leilão aberto pelo jogador para deleite da mídia, Ronaldinho assinou contrato com o Flamengo e iniciou uma espetacular campanha com a camisa rubro-negra.
O jogo contra os cariocas era aguardado com ansiedade pela torcida gremista. No primeiro turno, no Rio de Janeiro, vitória do Mengão, 2 x 0, com gol de Ronaldinho. Pior não poderia ser para os tricolores.
No returno, os times vivem momentos distintos na tabela - o Flamengo brigando pelo título e o Grêmio apenas sonhando com uma vaga na libertadores. Mas alguns jogos valem mais do que qualquer aspiração na tabela, do que qualquer campeonato ou vaga. Alguns jogos são universos completos em si mesmos. E hoje vimos um desses jogos, daqueles que a gente vai lembrar e contar para os netos.
A torcida compareceu em peso, disposta a mostrar todo o "carinho" por seu antigo ídolo. O Olímpico era um caldeirão e poucos times no mundo tem camisa para suportar essa pressão, para não tremer diante da torcida apaixonada que canta em azul, preto e branco.
O Flamengo é um desses poucos times.
A camisa rubro-negra impõe respeito onde quer que vá. A torcida magnética não precisa se deslocar para seguir o time, ela já está lá. Há flamenguistas em grande número em todos os lugares e o Flamengo não sente a pressão de jogar fora de casa da mesma maneira que os outros times sentem. O jogo começa e logo no início, o vilão do dia, Ronaldinho, manda uma bola no travessão. O Grêmio responde e obriga Felipe a trabalhar, mas o Flamengo joga melhor, troca passes e envolve o Grêmio. E o domínio se transforma em gol. Em gols. Deivid aos 23 e o excelente Thiago Neves aos 35.
O dia da vingança se encaminhava para um dia de desilusão. O Flamengo parecia ter matado o jogo e ia conseguindo um resultado espetacular na busca pelo hepta. Mas estávamos no Olímpico, ainda era o primeiro tempo, e sobretudo, entre todos os times do mundo, existe apenas um que é imortal - o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
André Lima desconta no final do primeiro tempo e mostra aos cariocas que nada está decidido.
Logo no recomeço do segundo tempo, o mesmo André Lima dá um lindo drible entre as pernas de Airton e bate no canto para empatar. O caldeirão volta a ferver e agora o Flamengo sente a pressão. A virada demora, mas ela vem, em belo gol de Douglas aos 34. O jogo já ganha ares de lenda e aos 39, Miralles faz um golaço para fechar o caixão rubro-negro, um golaço para mostrar quem manda no Olímpico, para fazer Ronaldinho calar seu sorriso, um golaço para selar com chave de ouro uma partida histórica, um golaço para fazer a torcida tricolor se orgulhar, explodir de alegria e cantar.
Cantar o Rio Grande com amor.
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