16 de maio de 2012

Dicas de Vídeo [14]

Cópia Fiel
Alguns utilizam as críticas de jornal como parâmetro inverso para assistir ou não a um filme. De certa forma, é um preconceito que temos com os críticos, taxando-os de pseudo-intelectuais que só valorizam aspectos técnicos para mostrar que entendem alguma coisa e acabam dando notas boas para muitos filmes considerados "chatos" e notas medianas para filmes considerados "legais" pelo grande público. Não vou negar que tenho um pouco desse preconceito, mas acabo me sentindo instigado a assistir filmes bem avaliados em muitos lugares. Foi o caso do "Cópia Fiel". Mesmo lendo as resenhas, não imaginava o que esperar exatamente, além da boa atuação de Juliette Binoche. E acabei sendo surpreendido por um filme... diferente. Não vou contar nada aqui, só posso dizer que o filme depende de uma certa entrega do espectador para ser apreciado. Havendo essa entrega e a abstração da necessidade de "entender", ele se torna sensacional e bastante reflexivo.


Recomendo!


Se Enlouquecer Não se Apaixone
Sempre olhava esse aqui na locadora e pensava "putz, se levar esse vou ouvir piadinhas... e se for ruim ainda vou ficar escutando 'lembra aquele filme água-com-açúcar que você trouxe? ha ha ha' por uns dois meses". Daí minha esposa acabou alugando e eu pude fazer as piadinhas! "Esse é o seu hein!?". Mas para nossa surpresa, após assistir ficamos com aquela grata sensação de "Que filme legal!". É água-com-açúcar e tal, mas é muito bacana, eu gostei demais. 


Recomendo!


Quero Matar meu Chefe
Comédia mais engraçada que assisti nos últimos tempos. Ótimas piadas, misturando "pastelão" e inteligência na medida certa. Pouquíssimas situações forçadas, o riso flui naturalmente com a história.




Muito bom!


Conan, O Bárbaro
Sempre fui fã das histórias em quadrinhos do bárbaro simério. Isso acabou tornando quase que obrigatório assistir esse filme. Infelizmente (como já era esperado aliás) acabei me decepcionando. Acho que estou ficando velho, só pode ser isso, mas eu já não suporto mais filmes com uma cena de ação atrás da outra, com um mínimo fio de história para interligá-las. As interpretações estão mais ou menos, gostei da menina (bruxa), o vilão estava bom (mas muito melhor em Avatar, a comparação é inevitável), a outra menina (sacerdotisa) é bonitinha e só, e o protagonista até que vai bem e é fisicamente mais parecido com os quadrinhos, mas o Schwarzenegger continuará sendo a imagem lembrada de Conan no cinema, não tem jeito. 


Só pra quem é fã.


Deus e o Diabo na Terra do Sol
Na capa está escrito - "o maior filme brasileiro de todos os tempos". Bom, deve ter todo um contexto histórico, uma mensagem extremamente intelectual nas entrelinhas, uma virtuosidade em fotografia, direção de arte, inovação no estilo de atuação, e outras coisas que ninguém sabe muito bem o que é. Mas a verdade é que o "maior filme brasileiro de todos os tempos" é.... chato.

Não recomendo.









13 de maio de 2012

Dia das Mães

POR PATRÍCIA Sempre dei valor ao Dia das Mães (mesmo quando percebi que poderia ser uma data voltada ao comércio... “Maio não tem nada que aumente as vendas”... “Que tal colocar o Dia das Mães em maio?”... “Ótimo, você foi promovido!”). Procurando pela internet, encontrei muitas referências dizendo que desde a Grécia Antiga, havia celebrações na entrada da primavera, em homenagem a Reia, mãe de Zeus e considerada matriarca de todos os deuses. Mas essa festa ancestral se perdeu, e o Dia das Mães atual só surgiu no início do século passado, nos Estados Unidos, como homenagem às mulheres que perderam os filhos na Guerra Civil Americana. Aí, em 1932 o presidente Getúlio Vargas oficializou a comemoração aqui no Brasil e já em 1949 a data ficou mais voltada ao comércio, quando começaram muitas propagandas para aumentar as vendas, virando a data mais rentável para o comércio, juntamente com o Natal. 


Quando criança, adorava entregar cartões, desenhos, flores ou bugigangas feitas na escola, para a minha mãe, que era sempre super sensível (só que ao contrário) e muitas vezes “avisava” que aquelas flores eram mato, ou que já não havia lugar para guardar tanto papel e nunca guardava as bugigangas trazidas da escola. Depois cresci e parei de dar presentes após ter recebido algumas críticas pela blusa que escolhi com muita atenção, para que fosse da cor preferida dela, com um tipo de decote e mangas permitidos por sua religião, assim como pela roupa que ela provou na loja e depois não usou dizendo que não havia gostado muito, ou pelas flores que murcham, de forma que resolvi ficar só nos telefonemas e felicitações, que também renderam críticas, por eu nunca dar um presente. – Soube que os perfumes, sabonetes, tênis dados pelos meus irmãos, uns poucos anos atrás, também foram reprovados! Resumindo, é difícil agradar a minha mãe e tenho certeza que muitos passam pelo mesmo. Aliás, lembro que alguém me contou, quando indaguei sobre o presente para sua mãe, que um ano levou flores e ela pediu “um presente”, no outro levou um par de brincos que sua mãe criticou dizendo que era para mocinha, no ano seguinte, criticou o vestido dizendo que era para velha. Aí, naquele ano, não levou nada e ouviu que “nem para levar uma florzinha ou qualquer coisinha”!!! Ou seja, não muito diferente da minha própria mãe, pelo menos neste ponto. 


Afinal, mães são mulheres e, embora eu tente ao máximo fugir do padrão/clichê, sei que somos pessoas difíceis de agradar e entender, algumas muito mais! Desde pequena, ouvia minha mãe dizer que não concorda com o Dia das Mães – embora fique brava se não ganhar presentes ou telefonemas nesse dia! - e com o conceito de mãe criado pela sociedade, que é um absurdo esse, segundo sua definição, endeusamento das mães, etc. etc. Entendo os motivos dela, pois teve uma vivencia difícil do “ter” e consequentemente do “ser” mãe e normalmente concordava com ela, só para evitar discussões que não levariam a lugar nenhum, porque como disse lá na primeira linha, eu gosto e sempre valorizei o dia das mães. Mas ela é minha mãe e de alguma forma, sempre estará lá por mim, e no final, é isso que conta. Concordo também com quem diz que todo dia é dia, mas acho legal ter um dia específico para lembrarmos, nos conscientizarmos e homenagearmos as pessoas que amamos, seja dia das mães, dos pais, das crianças, avós, qualquer um. Terminando o momento lembranças de família, lembro que todos os anos, até 2000, realizávamos um almoço de Dia das Mães na casa da minha avó. Era um dia muito gostoso, ela reunia em sua casa os filhos, filhas, noras, genros, netos e agregados, em uma confraternização simples e bem familiar, onde era possível perceber os laços de mãe e filhos. A gente costumava presenteá-la com flores, cartões ou bugigangas feitas na escola e ela sempre retribuía com um sorriso. Minha tia também, inclusive, guarda até hoje, caixas cheias de desenhos meus e dos meus irmãos! Bom, eu não sei como minha avó era como mãe, pois não estava lá para saber (mas meu tio comentou que ela era daquelas que sabe o que o filho está sentindo só de olhar!), o que sei é que ela era uma ótima avó e amiga e por isso, todo Dia das Mães que segue desde o seu falecimento (Dezembro de 2000), lembro-me dela e não poderia deixar de cita-la aqui. 


Acabei lembrando dessas histórias, enquanto pensava sobre o “ser mãe”, porque sempre tive a opinião que para ser mãe, não basta ter um filho, ser mãe é uma construção e é preciso estar disposta a crescer, aprender e evoluir. É fundamental estar aberta para o novo, abrir mão de algumas coisas, dedicar-se, enfim, fazer valer o título “mãe”. Sei que não somos super mulheres que sabem, podem e conseguem tudo, que estão sempre sorrindo, saudáveis e pacientes, que estão acima de tudo e todos só porque teve um filho. Sei disso! O ponto não é esse, e sim, assumir as responsabilidades inerentes ao papel de mãe. Estou cansada de ouvir mulheres reclamando dos seus filhos, do cansaço, do trabalho, da educação deles, do comportamento deles, cansada mesmo. Principalmente quando essas mesmas mulheres são aquelas que menos passam tempo com seus filhos, que menos exercem a sua função materna, que largam os filhos com qualquer um para poder continuar se dedicando única e exclusivamente a si mesmas... Não há do que se queixar, certo? 


Se você não colocar energia em uma atividade, é natural que ela fique com alguns problemas. Nem vou focar na situação “trabalho fora”, pois sei que na sociedade atual, não é possível vislumbrar uma mulher que não trabalha, estuda, faz academia, cuida do filho, da casa, do marido, etc. etc. temos que ser multitarefas, isso é fato. Mas isso não justifica o que vem acontecendo, crianças colocadas em segundo, terceiro, quarto plano, sem nenhum vínculo afetivo, que são mimadas com presentes e caprichos, para compensar a falta de tempo e muitas vezes (muitas mesmo), a falta de vontade dos pais de dar atenção, carinho, despenderem tempo com o filho, estar ali para ele, de verdade. E por isso é indiferente se a mãe faz mil atividades fora de casa ou não, porque o que vai contar é a qualidade do tempo juntos e não a quantidade. 


Seria legal se as pessoas começassem a refletir mais sobre as consequências de seus atos e escolhas. Se você escolheu ter um filho, precisa arcar com a escolha de “ser mãe”. Isso vale para pai também, mas como é dia das mães, meu pensamento está focado nelas, ops, em nós! Hora de abrir os olhos, repensar o tipo de criação, de exemplo que estamos passando para nossos filhos, eles refletem aquilo que passamos e doamos a eles, para o bem e para o mal. Vejo muitos filhos que são estranhos para a mãe, e mães que são estranhas aos filhos... cumplicidade não existe, confiança tampouco. É complicado exigir um padrão de filho exemplar, sendo uma mãe medíocre, não fará nenhum sentido e não trará bons resultados. Por isso, gostaria de deixar meu desejo de que todas nós olhemos e reconheçamos as nossas falhas, que estejamos dispostas a modificar nossos padrões de comportamento baseados em nossa própria vivência da infância para assim transcender essa experiência, para assim aproveitar tudo aquilo que foi bom, transformar tudo aquilo que não foi, evitar repetir os mesmos erros, nos sentir seguras para cometer nossos próprios erros e corrigi-los em seguida e assim, possamos criar laços de confiança e amor. 


E também guardar com carinho as bugigangas vindas da escola, as flores que são mato, os brincos de mocinha, a foto tremida, o vestido de velha, o perfume forte, etc. etc. etc. Não deseje que seu filho seja perfeito, apenas o auxilie a ser alguém bom, que reconheça e valorize as pessoas, que saiba que sempre foi valorizado e tenha em você um porto seguro. Desejo a todas as mães que realmente SÂO mães, um ótimo dia, cheio de alegrias e colhendo cada vez mais vitórias e conquistas.




AUTORA: PATRÍCIA BAPTISTA

10 de maio de 2012

Green Day - She

A vontade pode superar o talento? Acredito que sim. Pegando um exemplo onde isso fica bem claro, o futebol - mais vale um jogador extremamente habilidoso, mas sem vontade de jogar ou um jogador de talento mediano, mas que come a grama quando entra em campo? Temos aí Ronaldinho Gaúcho para nos responder. Claro, quando o talento se junta com a vontade, aí ninguém segura, como acontece hoje com Neymar. Além de craque, o moleque está completamente a fim de jogo, ainda se diverte em campo. 


No domínio das artes, principalmente na música, acredito que essa regra (que como quase todas as outras também possui exceções) também seja válida. Na verdade, nunca apreciei muito a técnica e o virtuosismo, sempre dei preferência às canções que na minha opinião eram cantadas com mais coração do que razão, às canções que com 3 acordes e 2 minutos, conseguiam exorcizar todas as minhas frustrações. 


Claro que um pouco de talento sempre ajuda, mas de nada ele vale sem a presença da vontade. Acho que o cilpe abaixo é um bom exemplo do que estou tentando dizer. Pelo menos é um bom exemplo de que é possível tocar completamente drogado (o que não é um bom exemplo, mas enfim... :D).





She
She screams in silence
A sullen riot penetrating through her mind
Waiting for a sign
To smash the silence with the brick of self-control


Are you locked up in a world
That's been planned out for you?
Are you feeling like a social tool without a use?
Scream at me until my ears bleed
I'm taking heed just for you


She
She's figured out
All her doubts were someone else's point of view
Waking up this time
To smash the silence with the brick of self-control


Are you locked up in a world
That's been planned out for you?
Are you feeling like a social tool without a use?
Scream at me until my ears bleed
I'm taking heed just for you

4 de maio de 2012

Estrelas nos olhos



Quando era uma semente
Sonhava ser herói
E isso em minha mente
Hoje me destrói

A vida muito dura
Mostrou o que é crescer
Mesmo vestindo minha armadura
Não pude evitar o sofrer

Desilusões, desamor, desafetos
A realidade batendo em meu rosto
Um filho perdido quando ainda era feto
Foi a gota d’água para morrer de desgosto

Quando lembro de todo sonho
E tudo que planejei para nossa vida
Simplesmente como o bebê que não fui me encolho
Desejando não ter ficado nessa estrada perdida

Mas você era tão doce e me amava, mesmo sem me conhecer
Eu tinha estrelas nos olhos
Todas elas para você
Quem dera pudesse ter sido seu filho
Ser o herói que sonhei e que você também sonhou
Que um dia eu poderia ser

AUTORA: PATRÍCIA BAPTISTA



1 de maio de 2012

Filme - Os Vingadores

Alguns filmes nos fazem pensar, refletir sobre a vida, nos fazem encarar o mundo de uma outra forma,  nos fazem sofrer e viver junto com os personagens. Alguns filmes nos fazem rir, outros chorar. Alguns só nos fazem passar raiva por ter gasto dinheiro e tempo assistindo, outros nos dão a grata sensação de ter valido cada centavo e cada minuto que dispendemos no cinema.


Os Vingadores (The Avengers) vai além de tudo isso, consegue fazer o que nenhum outro filme conseguiu. Esse filme simplesmente faz com que voltemos no tempo, faz a gente se sentir criança outra vez. Bom, eu pelo menos me senti assim. Como se tivesse oito anos novamente e estivesse lendo um gibi de super-heróis pela primeira vez, me encantando ao descobrir um mundo completamente novo e fantástico, acreditando com a inocência que só as crianças possuem que tudo aquilo é real. Por mais de uma vez deu vontade de simplesmente levantar, bater palmas, comemorar, imitar os ataques do Capitão América, do Thor, vestir a armadura do Homem de Ferro. Imitar o Hulk.


Putz, o HULK! Como o Hulk ficou legal!


Aliás, acho que o maior mérito do filme é esse – todos os personagens do filme ficaram legais. Todos possuem sua importância e sua relevância na história, todos têm pelo menos duas cenas para se comentar depois “Putz! E aquela hora que a Viúva Negra fez isso! E aquela hora que o Gavião Arqueiro fez aquilo outro! E a hora que o Capitão América...”. Todos os heróis estão perfeitos. Downey Jr. hilário como sempre, Chris Evans novamente faz um surpreendente e carismático Capitão América, Hemsworth convence como Thor, Scarlet Johansson mostra (de novo) que não é só um rostinho bonito, Ruffalo faz o melhor Bruce Banner/Hulk de todos os tempos, Jeremy Renner tem cara de Gavião Arqueiro e Samuel L. Jackson impressiona como Nick Fury. Repito – todos os heróis estão perfeitos. E o vilão está melhor ainda - Tom Hiddleston É o Loki. É ele. A atuação do cara é impressionante, no mesmo patamar do Coringa de Heath Ledger.


Já assisti duas vezes e quando esse post for publicado provavelmente já terei assistido a terceira. Na primeira vi em 2D, dublado. Só tinha molecada na sala e a sessão foi sensacional, porque eles vibravam, riam alto, aplaudiam. Alguns filmes ficam melhores com “torcida”, com a participação, cumplicidade e entrega total da plateia. Vingadores é um desses. Depois assisti em 3D Legendado, no IMAX. O público estava mais contido (o horário – meia noite – também não ajudava muito) e a experiência não foi tão imersiva. Normalmente prefiro filmes legendados, mas percebi que esse especificamente fica melhor dublado. Os diálogos são rápidos e mesmo pra quem lê com facilidade fica difícil acompanhar. As piadas também soam mais engraçadas em português.


Enfim, seja dublado, legendado, 2D, 3D... o filme é sensacional - são duas horas e meia de diversão descompromissada e garantida. 


AVENGERS, ASSEMBLE!!!