30 de setembro de 2011

Dicas de Vídeo

Vou tentar seguir com 4 a 5 dicas por vez, envolvendo clássicos, lançamentos, "desconhecidos" e dicas ao contrário (passe longe!).


A Minha versão do Amor

Assisti esse mais por causa dos atores e o filme como um todo foi uma grata surpresa. Paul Giamatti tem uma atuação sensacional e já pagaria o ingresso, mas Dustin Hoffman, apesar da curta participação, também é um show a parte. A história é bem trabalhada e até certo ponto surpreendente, não é a água-com-açúcar que a capa e o título traduzido podem dar a entender (não muito...).

Recomendo.




Um dos filmes que mais mexeram com a minha cabeça. Vai fundo em várias questões delicadas que enfrentamos no cotidiano da "vidinha comum", retrata bem a hipocrisia da sociedade, e nos leva à reflexão.

Esse eu considero clássico e praticamente obrigatório.






X-Men Primeira Classe

Saindo agora em DVD / Blu-Ray, foi um dos filmes que mais me surpreenderam esse ano. Nunca imaginei que um filme do X-Men pudesse ser feito com tanta tônica nos personagens, relegando aos efeitos especiais um papel secundário. Bom, foi o que aconteceu nesse filme e o resultado só pode ser definido com uma palavra - excelsior!
Lançamento mais do que recomendado!





Solomon Kane - O Caçador de Demônios

Esse filme é um daqueles que a gente pega pensando - "ah, vamos arriscar vai, pode ser que seja bom.". Não é. História batida, roteiro fragmentado, muita semelhança com "Van Helsing" (achei até os atores parecidos), efeitos fracos...

Resumindo, filme fraco. Só vale para quem realmente está procurando algo bem ao estilo "Sessão da tarde" (no sentido pejorativo do termo).


 

29 de setembro de 2011

Quem ainda torce pela seleção?


Em 86 eu chorei quando o Brasil foi eliminado da Copa. Então com 5 anos, não entendia quase nada do jogo, nem sabia o que era um pênalti, não sabia quem era Zico. Dizem que criança "sente". Bom, naquele dia eu senti a tristeza de um país inteiro. E aquela foi a primeira vez que chorei por causa de futebol.
Em 90, bem mais interado e fanático, eu torci, como só uma criança pode torcer e de novo chorei, como só uma criança pode chorar. As lágrimas começaram a correr assim que Claudio Caniggia driblou Claudio Taffarel e só pararam bem depois do apito final. Ver o Brasil campeão do mundo era o meu sonho, era o sonho de todos. E 4 anos é um tempo demasiado longo para esperar quando você é criança.
Mas os anos passam rápido, tendo você a idade que tiver. Logo veio outra copa e dessa vez, eu estava no limite do fanatismo, da inocência e da paixão. Acabara de ver meu time ser bicampeão mundial, mas era diferente. A Copa do Mundo era incomparável, era mística, era sagrada. Nenhuma conquista de clube poderia chegar aos pés da conquista da Copa. E sinceramente, naquela época, pelo menos para mim, não poderia mesmo.
E naquele ano novamente eu chorei, só que dessa vez, finalmente - chorei de alegria. Eu senti que um país inteiro estava feliz, todos sorriam, choravam, buzinavam, comemoravam, se abraçavam. Foi um daqueles dias indescritíveis, pelos quais se vale a pena viver, pelos quais se vale a pena esperar. E dos quais a gente lembra com saudade, com a incômoda certeza de que aquele sentimento faz parte do passado e não mais se repetirá.


Em 98 eu tinha certeza que o Brasil venceria novamente. Todos tinham. Nós éramos os melhores, sempre fomos, éramos os mais temidos, os atuais campeões. E nós tínhamos Ronaldo. Avançamos, chegamos às semifinais contra a Holanda, começamos perdendo. Jogo difícil. Bom, mas como eu disse, nós tínhamos Ronaldo. E nós empatamos. Na prorrogação com morte súbita, os 30 minutos mais tensos da minha vida. Vieram os pênaltis. E nós tínhamos Taffarel. Uma explosão de alegria, um país inteiro feliz, sai na rua gritando abraçado com meus amigos "ÉL ÉL ÉL, vai que é sua Taffarel!!!". Hoje dá até vergonha falar isso, mas esse foi outro daqueles dias indescritíveis. 


E também foi a última vez em que chorei por causa de futebol. 


Comemoramos muito, antes da hora. Na final, descobrimos que a França tinha um hino bonito, que ao ser cantado por um povo apaixonado dentro de um estádio lotado, fazia com que as pernas dos adversários tremessem. Também descobrimos que a França tinha Zidane, e que ele sabia fazer gols de cabeça. Talvez seja apenas desculpa para a derrota, mas naquele dia fiquei com a impressão de também ter descoberto que havia algo estranho nos bastidores do jogo...
Veio 2002 e nós vencemos com uma campanha perfeita. Um país inteiro estava feliz, todos sorriam, choravam, buzinavam, comemoravam, se abraçavam. Foi um dia especial, mas apenas um vago reflexo do que fora aquele dia em 94. Estaria me tornando um saudosista? Talvez.
Em 2006, perdemos de forma ridícula. Mas eu senti muito mais a derrota do meu time na final da Libertadores, assim como comemorei muito mais as épicas vitórias dele no ano anterior do que comemoraria a conquista da Copa.
Em 2010, perdemos com bravura. E acho que essa foi a última vez em que torci pela seleção brasileira.


As copas começaram a ficar igual o Natal - a cada ano parece mais artificial, a cada edição perde mais a magia, a graça.
Hoje, as vésperas de uma Copa no Brasil, que era o meu maior sonho quando criança, vejo a seleção jogar e não sinto absolutamente nada. Às vezes dá até vontade de torcer contra. E vejo que não sou o único a assumir essa postura. O que aconteceu? O que mudou? Seria o futebol fraco, os jogadores mercenários, pouco identificados com a torcida, jogadores que só são convocados por interesses de empresários? Seria a total falta de escrúpulos do presidente da CBF e toda a corrupção que envolve a FIFA e o negócio da Copa do Mundo? Como torcer por algo podre em sua essência?
No meu caso, é a soma de tudo isso, principalmente dos últimos fatores. Mas eu estaria sendo hipócrita dizendo que não torço mais pelo Brasil devido à corrupção da CBF. Tenho plena consciência que os diretores do meu clube (de todos os clubes aliás) não são santos. E se os dessa gestão também não são diabos, os das anteriores eram, ou os da próxima serão. E mesmo sabendo disso, quando o meu time entrar em campo, eu sempre vou torcer por ele do mesmo jeito.


Só me sobra fazer uma analogia entre o amor e a paixão. Eu me apaixonei pela seleção brasileira, por ela eu chorei de felicidade e de tristeza, com ela tive dias inesquecíveis e noites de partir o coração. Foi intenso, foi a melhor coisa do mundo, foi triste, foi bonito, mas acabou. As paixões sempre acabam.
Já pelo time, nutro o mesmo amor de sempre. Existem ápices de felicidade e de tristeza, brigas e reconciliações. Mas principalmente, também existe a certeza de que esse é um sentimento duradouro, que não vai mudar daqui 4 anos.


26 de setembro de 2011

Pensamento que leva a Deus

Duas matérias interessantes, publicadas recentemente na folha:
Foram realizados experimentos com o objetivo de determinar qual o tipo predominante de pensamento (racional ou intuitivo) de cada voluntário. Entre os voluntários que apresentaram maior tendência para o pensamento racional, haviam mais ateus e entre os que apresentaram maior tendência à intuição haviam mais religiosos. Mais ou menos como era de se esperar.
Esquema da experiência realizada:




A questão não é dizer quem está certo ou errado, qual tipo de pensamento é melhor ou pior, tampouco quem é mais inteligente ou "burro".


Trecho da matéria: "Uma das coisas que eu aprecio sobre a discussão entre uso de raciocínio reflexivo ou intuitivo é que não existe uma resposta certa sobre qual dos dois deve ser usado em cada ocasião", disse Shenhav à Folha. "Ambos são importantes para todo mundo, mas nós somos diferentes uns dos outros." 


Acredito que a grande questão aqui seja - temos chances iguais de acreditar em Deus? Segundo a bíblia, só seremos salvos da morte eterna se aceitarmos Jesus Cristo - “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14.6).


Mas todas as pessoas nascem com condições de aceitar Jesus? 
Vou  levar o exemplo para um caso mais extremo - um psicopata. Nem todo psicopata é necessariamente um assassino em série (se fosse talvez já estaríamos extintos, pois a proporção de psicopatas na sociedade é alta - 2,5%), mas é uma pessoa que não sente o mundo do jeito "normal", não possui os mesmos sentimentos que os outros, não possui a noção de remorso. Por um "defeito de fábrica", o psicopata está mais propenso do que os outros 97,5% a fazer algum tipo de maldade que o afastará do reino de Deus. Não estou numa campanha para que Deus tenha misericórdia dos psicopatas, estou apenas sugerindo que num mundo justo, criado por um ser perfeito, provavelmente não haveriam psicopatas.


Voltando ao meio termo abordado nas matérias, acredito que, se realmente, desde o berço alguns humanos estão mais aptos a acreditar em Deus do que outros, existe uma falha no conceito de livre arbítrio. Pelo menos alguns de nós teriam que "lutar" mais contra si mesmos, contra a própria maneira como foi concebido, para aceitar o conceito de Deus. Mesmo assim, tenho sérias dúvidas se isso se daria de forma honesta, se a pessoa realmente acreditaria do que diz acreditar ou se seria apenas da boca para fora, dizer que aceita Jesus apenas porque - "se for verdade mesmo eu que não quero ir para o inferno". 


Seria uma decisão racional, daquelas que o cérebro dessa pessoa nasceu para tomar, mas não sei até que ponto valeria aos olhos do Senhor.

25 de setembro de 2011

Bom jogo no Engenhão


O jogo mais marcante que me lembrava contra o Botafogo no Engenhão foi no campeonato de 2009. Na ocasião, o São Paulo brigava pelo título e o Fogão lutava para sair da Zona de Rebaixamento. Um "inspirado" Jobson colocou o Botafogo na frente. O São Paulo vira e com o empate que viria logo mais entre Flamengo e Goiás, estava com as duas mãos na taça. A torcida tricolor cantava "seremos campeões mais uma vez" quando o Botafogo empatou e no finalzinho, Jobson marca de novo na eletrizante e merecida virada. Botafogo 3 x 2 São Paulo, placar final.


Hoje o jogo era de igual importância, mas como deve ser nos confrontos entre gigantes, ninguém brigava para sair do rebaixamento, os dois brigavam pela ponta da tabela, pelo título. O Botafogo é o melhor mandante do campeonato, marca no campo do adversário, sufoca. O São Paulo é o melhor visitante, se fecha na defesa e aposta na velocidade de Lucas e Dagoberto. Mas hoje não tinha Dagoberto, tinha Marlos. E o nível técnico cai muito com isso. Surpreendentemente o São Paulo toca a bola, no chão, sem pressa, sem chutões, mas também sem muita objetividade - como ter objetividade com Cícero de centroavante? O Botafogo cabeceia na trave, o São Paulo responde também de cabeça, o goleiro espalma. Na velocidade, Lucas tenta encobrir, mas erra o alvo. Na velocidade Maicosuel rompe a defesa tricolor, cruza para Loco Abreu sozinho dentro da pequena área abrir o placar. O Fogão está na frente e continua indo pra cima, dominando. Loco chuta, Rogério faz milagre, mas no rebote Wellington comete pênalti. Loco desloca Rogério e o Botafogo amplia.


O São Paulo mexe na volta para o segundo tempo. Sai Juan, e poderia ter entrado qualquer um que seria uma substituição acertada. Entra Rivaldo, e o vovô estava a fim de jogo. Também entra Henrique no lugar de Marlos. O São Paulo ameaça, mas quem tem a melhor chance é o Botafogo. Loco Abreu, o artilheiro, o matador uruguaio, dentro da pequena área chuta por cima, perdendo a chance de fechar o caixão tricolor. O glorioso vai pra cima, a estrela solitária  brilha, o Fogão vai vencendo, jogando bem e galgando mais 3 pontos em direção ao topo.

Mas o São Paulo é o time da fé.

Henrique, com oportunismo desconta. O Botafogo se encolhe e já não consegue impor velocidade no contra-ataque. O São Paulo domina, pressiona, Wellington manda na trave. O São Paulo insiste. 4 minutos de acréscimo. Lucas sofre falta, é de longe, mas quem vai para a bola é Rogério Ceni, o mito, o capitão, o goleiro artilheiro, amado e odiado. E ele coloca a bola na cabeça de Rivaldo, o campeão do mundo, o maior jogador da Copa de 2002. O São Paulo empata de maneira heroica e quase consegue uma virada improvável nos pés de Rivaldo, nos últimos segundos. A bola vai por cima, o jogo acaba.

O empate é justo e mantém os dois na briga, correndo atrás do gigante da colina que superou o Cruzeiro fora de casa e disparou na ponta.




Green Day - Give Me Novacaine

Passei por uma cirurgia. Simples, mas uma cirurgia. Daquelas de pós operatório dolorido. Uma semana tomando sorvete, com a garganta e o nariz doendo.
Hoje não poderia haver música mais representativa:



Take away the sensation inside
Bittersweet migraine in my head
It's like a throbbing toothache of the mind
I can't take this feeling anymore


Drain the pressure from the swelling,
This sensation's overwhelming,
Give me a long kiss goodnight 
and everything will be alright
Tell me that I won't feel a thing
So give me novacaine


Out of body and out of mind
Kiss the demons out of my dreams
I get the funny feeling and that's alright
Jimmy says it's better than here,
I'll tell you why


Drain the pressure from the swelling,
This sensation's overwhelming,
Give me a long kiss goodnight 
and everything will be alright,
Tell me that I won't feel a thing,
So give me novacaine
Oh novacaine


Drain the pressure from the swelling,
This sensation's overwhelming
Give me a long kiss goodnight 
and everything will be alright,
Tell me Jimmy I won't feel a thing,
So give me novacaine

23 de setembro de 2011

Estreias e sugestões DVD


CINEMA

Estreias desse fim de semana:


Premonição 5
Terror - (Final Destination 5) EUA, 2011

Missão Madrinha de Casamento
Comédia - (Bridesmaids) EUA, 2011 
 
Sem Saída
Suspense - (Abduction) EUA, 2011

Confiar
Drama - (Trust) EUA, 2010

Elvis & Madona
Comédia - Brasil, 2010

Borboletas Negras
Drama - (Black Butterflies) Holanda, 2011

A Casa de Sandro
Documentário - Brasil, 2009

Crítico
Documentário - Brasil, 2008

Desassossego
Drama - Brasil, 2011


Fonte: Omelete



COMENTÁRIOS

Essas séries "Premonição", "Pânico", "Jogos Mortais", etc. já encheram o saco. Agora ainda com esse apelo do 3D ficou pior ainda - ingresso mais caro e desconforto para assistir o filme.
"Missão Madrinha de Casamento" parece ser uma baboseira, mas até que está bem avaliado pela crítica e pelo público, talvez seja uma opção para o DVD. 
"Sem Saída" me parece um "Identidade Bourne" copiado e piorado. Não gostei nem do "original", desse aí vou passar longe. 
"Confiar" fica para o DVD. "Elvis e Madona" tem um cartaz que invoca aquele preconceito - "putz, é filme nacional...". Sei lá, não animou muito não.
Os demais não estão em grande circuito, me interessei apenas por esse "Desassossego".

Essa semana no geral foi fraca. Acredito que já haviam melhores opções em exibição - "Além da Estrada", "Medianeras", "Um conto chinês"...


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DVD

Para alugar eu recomendo:





Muito Além do Jardim
Drama / Comédia - (Being There), 1979.

Uma história bem contada, humor irônico, um personagem cativante muito bem interpretado. Não deve ser muito fácil achar, mas vale a pena procurar.








Drama - (One Flew Over the Cuckoo's Nest), 1975


Esse foi um dos únicos filmes que venceram em todas as principais categorias do Oscar (Filme, Ator, Atriz, Diretor e Roteiro). E todos merecidos, exceto talvez o de atriz - não vi grande destaque no papel.
É uma das melhores interpretações de Jack Nicholson e isso dispensa maiores motivos para assistir.




22 de setembro de 2011

Majestoso sem sal, sem açúcar


Não estava calor, nem muito frio.
Ameaçou cair uma garoa para variar.
Mas ficou só na ameaça.
Aquele clima sem sal, sem açúcar.

Desço em direção ao estádio.
As bandeiras não estão na praça,
tremulando como há duas semanas.
Está quase na hora,
já devem estar lá dentro.
Não, não estão. Lá dentro não pode bandeira.
Nem cerveja. Algum político decidiu que isso era perigoso.
E eles sempre sabem o que é melhor para nós.

Tomo uma aqui fora, antes do rapa.
Desce amarga.
Um gosto ruim na boca,
um pressentimento que a noite não vai acabar bem.
Mas hoje é dia de clássico, é dia de Majestoso.
E quem se importa com pressentimentos em um dia desses?

Aglomeração na entrada, fila, empurra-empurra,
gritos de "tem criança aqui" e
"abre logo o portão, vai começar o jogo".
Um pouco de tumulto para variar.

Entro no túnel da arquibancada,
vejo o tapete verde, iluminado pelos refletores.
Canto o hino do time. Me sinto em casa.
E esqueço todo o resto.

Começa o jogo, a torcida grita, sedenta por vingança.
O time vai para cima, mas pouco cria.
Joga com raça, mas isso é pouco,
pelo menos para o São Paulo.
O Corinthians sempre joga com raça
e isso parece ser suficiente para eles.
Quando conseguem aliar técnica, são quase imbatíveis.

Mas não hoje.
Hoje eles vieram se defender.
E nós não soubemos atacar.
Aliás, faz tempo que não sabemos.
Um chute aqui, outro ali,
um bandeirinha com o braço engessado,
uma cabeçada na trave.
Nos falta sorte para variar.

Zero a zero.
Provocações e bombas trocadas entre as torcidas.
Ainda bem que ninguém estava com bandeira!
Senão seria perigoso.
Os times voltam,
mas não vemos estrelas no céu,
nem futebol no campo.

O jogo se arrasta.
Nosso volante perde a bola.
Por que sempre no finalzinho?
Por que sempre contra eles?
Um filme de final triste passa na minha mente -
André Dias batendo cabeça com Bosco.
Gol de Ronaldo.
Já tomamos gols bestas demais.

Mas não hoje.
O atacante corintiano chuta prensado,
a bola se perde, a rede não balança.
Uma falta no último lance,
a chance derradeira de redenção.
Rivaldo... fora.
O juíz apita, eles comemoram.
Outro jogo sem vencê-los, para variar.

Nós descemos quietos a rampa da arquibancada.
Um empate com gosto amargo.
Um jogo sem sal, sem açúcar.

21 de setembro de 2011

Mesma caixa

Do mais notável representante da humanidade de todos os tempos, o homem mais nobre de coração e mais virtuoso, só sobraram os ossos, e eles estão sete palmos abaixo da terra. Na cova ao lado, estão os ossos do homem mais desprezível, perverso e sem escrúpulos da história. Seus nomes não são mais lembrados por ninguém, há muito tempo. No final, reis e peões voltam para a mesma caixa e, mais cedo ou mais tarde, são esquecidos da mesma forma.

20 de setembro de 2011

Tropa de Elite 2

"Tropa de Elite 2" é indicado pelo Brasil a vaga no Oscar


O filme "Tropa de Elite 2" será o representante brasileiro na disputa por uma vaga de melhor filme estrangeiro em 2012. A escolha foi anunciada nesta terça-feira no Rio.

O longa foi escolhido por uma comissão composta pela secretária do Audiovisual do MinC, Ana Paula Dourado Santana, o presidente da Associação Brasileira de Cinematografia, Carlos Eduardo Carvalho Pacheco, o ministro do Departamento Cultural do Itamaraty, George Torquato Firmeza, e os representantes da Academia Brasileira de Cinema, Jorge Humberto de Freitas Peregrino, Nelson Hoineff, Roberto Farias e Silvia Maria Sachs Rabello.

Os indicados ao Oscar serão anunciados dia 24 de janeiro e os prêmios serão entregues em 26 de fevereiro no Kodak Theater, em Los Angeles.

"Tropa de Elite 2" disputava a vaga com outros 14 filmes, entre eles estavam "Bruna Surfistinha", "Assalto ao Banco Central", "As Mães de Chico Xavier", "Quebrando o Tabu" e "Trabalhar Cansa".

Dirigido por José Padilha, "Tropa 2" é o filme brasileiro mais visto da história com mais de 10 milhões de espectadores.

O último filme brasileiro a ser indicado na categoria foi "Central do Brasil", em 1999.



Fonte: Folha

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COMENTÁRIO

Tropa de Elite "1", foi um dos melhores filmes que eu assisti.
Tropa de Elite 2 foi o melhor.

Certa vez, há sei lá quantos anos, estava vendo um documentário sobre a cena grunge de Seattle e em um dos depoimentos, um cara (não me lembro quem, mas não importa) disse que o Nirvana foi a última banda que depois de ouvir as músicas dava vontade de sair na rua e depredar um carro. E dava mesmo. No sentido de começar uma revolução, não do vandalismo por si só. Pelo menos eu interpretei dessa forma.

Tropa de Elite 2 foi o último filme que depois de assistir deu vontade de sair do cinema e espancar um político corrupto, pegar em armas e ir até Brasília cobrar algumas explicações, apertar alguns colarinhos brancos até o ar não passar mais pela garganta. Que inspirou a tirar a bunda do sofá e lutar por uma causa. Daí a gente acaba saindo do cinema, indo para a praça de alimentação, come um BigMac, toma uma coca e no outro dia já esqueceu tudo. A motivação e a revolta passam e seguimos na vida de gado.


Mas a (falta de) atitude dos espectadores não tira o mérito do filme. Espero que seja o indicado e que vença. Difícil, mas possível. O cinema brasileiro não poderia ter melhor representante nessa disputa.

Bruna Surfistinha seria de matar. Aliás, seria de f****.


18 de setembro de 2011

Rancid - Roots Radicals


Took the 60 bus
out of downtown Cambell 

Ben Zanotto he was on there 
he was waitin' for me
all the punk rockers
and the moon stompers
are out on the corners where
they're sparing for change

I started thinkin'

you know I started drinkin'
I don't really remember too much of that day
somethin' struck me funny when we ran out of money
where do you go now when your only 15

with the music execution and the talk of revolution

it bleeds in me and it goes

give 'em the boot, the roots the radicals

give 'em the boot, you know I'm a radical
give 'em the boot, the roots the reggae on my stereo

The radio was playin' Desmond Dekker was singin'

on the 43 bus as we climb up the hill
nothin' incoming but the reggae drummin'
and we all come from unloving homes
I say - why even bother I pick up the bottle
hey mr. bus driver please let these people on
rude girl Carol was a mini-skirt girl
my blurry vision saw nothin' wrong.

 
with the music execution and the talk of revolution
it bleeds in me and it goes

give 'em the boot, the roots the radicals

give 'em the boot, you know I'm a radical
give 'em the boot, the roots the reggae on my stereo

yeah , yeah , yeah ,yeah , yeah , yeah, yeeeeeeeeeaaaaaaah

yeah , yeah , yeah ,yeah , yeah , yeah, yeeeeeeeeeaaaaaaah
yeah , yeah , yeah ,yeah , yeah , yeah, yeeeeeeeeeaaaaaaah
yeah , yeah , yeah ,yeah , yeah , yeah, yeeeeeeeeeaaaaaaah

16 de setembro de 2011

Dever

Afinal, o que fazem os homens nesse mundo, além de nascer, morrer e preencher esse meio tempo com ilusões, amores, sofrimento, tristeza, vícios, desespero, culpa, solidão, satisfazendo necessidades físicas e sentimentais, enlouquecendo por não conseguir satisfazer tais necessidades, delirando, refletindo sobre a vida enquanto ela passa, apegando-se a ídolos, dedicando seu tempo a um ideal, trabalhando, gastando, comprando, conquistando, tentando sentir-se útil, defendendo uma causa, bebendo cerveja, cortejando, cuidando dos filhos, cuidando da casa, do cachorro, sonhando com uma viagem à Itália, com um grande amor, em como seria bom ser rico e famoso, em ganhar na loteria, em ajudar a todos, em provar a todos, em mostrar a todos, sonhando, buscando uma explicação, esperando por uma justiça que não virá, esperando o próximo ano quando tudo vai melhorar, esperando o dia do casamento, o fim das aulas, o aumento de salário, as férias de verão, o primeiro filho, os netos, a aposentadoria, o próximo jogo do time do coração, a próxima copa do mundo, esperando sobrar dinheiro, esperando a felicidade. O que fazem os homens além disso? Aliás - o que deveriam fazer os homens além disso?