30 de dezembro de 2011

Quem pode saber?



 
Deus existe? E por conseqüência, todo um universo espiritual "paralelo" existe? Para responder com certeza essa questão, na minha opinião é necessário um pré-requisito: morrer. Muitos dizem “Ora, eu não morri e sei que Deus existe”. Sabe? Como? Existe uma brutal diferença entre saber e acreditar. Não vamos discutir o que é realidade aqui, ao menos não agora, mas como é possível ter certeza que algo existe sem jamais ter visto evidências concretas desse algo? - Deus no caso. 

Você viu e acreditou, bem aventurados os que não viram, e acreditam! A resposta também está na ponta da língua dos que crêem “Eu não vi, mas eu sinto a Sua presença”, ou então “eu vi, em sonhos, Ele veio até mim”, ou ainda “Eu presenciei um milagre, isso prova a existência de um ser superior, olhando por nós”. Vamos por partes. Quanto a “sentir” a presença de Deus ou do Espírito Santo ou o que seja – sim, eu já acompanhei algumas cerimônias religiosas, principalmente, mas não apenas cristãs e tenho certeza que as pessoas ali envolvidas não estão brincando ou fingindo, pelo menos a maioria delas. Eles fecham os olhos, gritam, choram e agem como se realmente estivessem sentindo alguma coisa. E eu não duvido que realmente estejam! 

Os fiéis garantem que essa alguma coisa é a presença de Deus - talvez não com essas palavras, mas resumindo acaba nisso. Mas não seria o cérebro capaz de gerar – com a devida estimulação é claro – essa sensação de "euforia"? Como se a fé fizesse com que ele (cérebro) liberasse substâncias ou estímulos “inebriantes” como algumas drogas fazem? Não estou dizendo “Não é Deus que vocês sentem” (bom, pra ser sincero estou sim) estou apenas questionando se não poderia ser outra coisa e oferecendo uma hipótese. É sabido que durante a meditação, algumas áreas do cérebro, relacionadas à percepção espacial são “desligadas”, o que causa a sensação de “unir-se ao todo”. É possível que os monges realmente estejam “unindo-se” ao todo? Sim, mas também é possível que o cérebro esteja apenas pregando uma peça neles. 

Continuando, sobre “eu vi Deus pessoalmente, ele apareceu nos meus sonhos”. Uns vêem Deus, outros beijam atrizes famosas, outros voam, alguns caem da cobertura de um prédio com milhares de andares e se transformam num lobo alado antes de chegar no chão. Resumindo, sonhos não servem como parâmetro, não servem como argumento para provar a existência ou não de alguma coisa. Existem outros ainda, que alegam ter visto Deus (ou outras entidades, como anjos, demônios, fadas, duendes, etc.), enquanto despertos. Descartemos a hipótese da mentira, ou seja, vamos supor que a pessoa realmente acredite ter visto Deus, sem estar sob efeito de nenhum entorpecente. É possível o cérebro forjar a realidade de modo a nos fazer viver um sonho consciente? Não? O que seria a esquizofrenia então? “Então todos nós somos esquizofrênicos?” – Todos já viram Deus enquanto acordados? E de qualquer forma, o que garante que a resposta para essa pergunta não seja “sim”? 

Finalmente, temos os milagres. “Ele bateu o carro a 200km/h de frente com um caminhão e não morreu”, “Minha tia se curou de câncer”, “ganhei na loteria a quantia exata para pagar o condomínio atrasado, um dia antes de ser despejado”, etc. Essas coisas acontecem? Não tenho dúvidas, assim como também tenho certeza que para cada história dessa, existem milhares de histórias parecidas com final triste. Só aquela pessoa que conseguiu o suposto “milagre”, tinha fé? Pode ser, mas acho que é muita pretensão pensar dessa forma. “Ora, então você está dizendo que Deus não existe, que para todos os acontecimentos sempre existe uma explicação lógica, para tudo que nos parecer milagroso, divino, sempre haverá para você um ‘e se for só o seu cérebro’, ‘e se você estava bêbado?’, ‘e se foi só coincidência?’?”. Não, nada disso. Quanto à questão da existência ou não de uma divindade, como já disse é impossível afirmar com certeza “sim” ou “não”. Quando digo “você acha que foi isso, mas pode ter sido outra coisa”, estou apenas propondo uma hipótese. É pecado questionar? Os que acreditam, vêem a mão de Deus em tudo e tapam os ouvidos para outras possibilidades. Eu vejo o acaso em tudo, mas não posso afirmar com certeza que a outra possibilidade (intervenção direta do poder divino) seja impossível. 
 
A razão me diz que é, mas não há como provar. Como poderia fazer isso? Não nego a possibilidade da existência de Deus, assim como não posso negar a possibilidade da existência de unicórnios, trolls, duendes. Pode ser que exista, mas pelo menos por enquanto eu não acredito (e não venham me chamar de agnóstico!). Um acredita no que gostaria de acreditar, outro simplesmente não acredita. Quem está certo? Quem é mais sincero consigo? Que diferença isso faz? 

Que diferença a existência ou não de Deus deveria fazer em nossas vidas?




9 comentários:

  1. Questionar não é pecado , alias é o caminho que vai ter levar a entender melhor o proposito de Deus.Quando se é cristão o questionamento é maior ainda, cada gesto , palavra , atitude vindo de qualquer direção , principalmente as nossas ....são questionados...

    Nao acreditar no que não vê é que me soa estranho , a maioria das coisas que nos matam e nos fazem viver nós nao vemos...a visao é extremamente facil de ser enganada,por 3 reais vc consegue isso,uma tampinha que some.Vale a pena mesmo confiar só no que vê?

    Colocaria sua mão no fogo pelo julgar dos seus olhos?

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  2. Então, na verdade o texto pode dar a entender que é o "ver" se limita apenas ao sentido da visão. Na verdade seria mais um "comprovar". Tipo... não podemos ver o magnetismo, mas podemos comprovar que ele existe, basta aproximar um imã de um metal.

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  3. Como comprovar que alguem realmente existiu? Acredita em Arquimedes?Platao?Nero?...

    Quais sao as regras pra determinar se alguem em nossa historia realmente existiu...

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  4. Cade o Professor Galvao pra nos ajudar =D

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  5. Shivan, a diferença é que ninguém vai para o inferno por não acreditar na existência de Arquimedes.

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    1. Acreditar é apenas o primeiro passo , pois acreditar até o diabo acredita.

      Confiar seria uma palavra que descreve melhor.

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  6. Anderson Rodrigues de Miranda5 de janeiro de 2012 às 14:15

    Fala cara. Nem te conto que fiquei mal do estomago também! Maldita virose... ao menos ganhei mais um jogo do agricola! hehe...temos que começar a jogar no avançado..

    Quanto ao texto, legal as dúvidas. A questão é realmente acreditar. Se você nunca tivesse visto Joinville, e eu lhe falasse que é uma cidade grande (e não existisse internet), você iria crer no que eu disse. A tua fé estaria sendo exercitada pela confiancia. Uma vez crendo, você iria buscar vê-la.
    Se você não acreditasse, não ira ter interesse em buscar conhece-lá.
    E se você ver a cidade, não precisa crer, você já viu com os próprios olhos. Ai não o que se falar em fé.

    Agora, que ta cheio de gente falando um monte de coisa sem razão, nisso você esta certo. Tem pessoas que querem fazer vocë engolir as coisas que acreditam. Outras criam um "deus" em suas mentes, e acham que é o mesmo Deus que outros creêm.

    Eu sou da seguinte opinião: A biblia diz que a própria natureza testifica de Deus, por isso ninguém é inescusável quando afirma que não teve provas. Documentários científicos sobre toda complexidade da natureza, e seu equilíbrio perfeito mais afirmam a existência de Deus do que de uma explosão que gerou vida. Por isso a maioria deles acabam desistindo de afirmar contrariamente, pois estão sempre estudando e buscando. O erro do ser humano é achar que depois do ensino médio, e alguns poucos no Brasil, o ensino superir, não precisamos mais estudar e buscar respostas.

    Com relação as questões cerebrais. Poxa, se o cérebro realmente é capaz de fazer todas essas coisas, e até pregar uma peça em nós, da onde veio essa capacidade mental?

    Com relação a "sentir" a presença de Deus, não precisamos falar em rituais ou coisas semelhantes. A bíblia fala que quem não conhece a Deus não sabe o que é amor, pois Deus é amor. Sabemos que amor não é um sentimento, mais uma ação. Quando estamos reunidos em família, jogando algum jogo, ou em uma conversa legal, e todos concordamos em uma mesma coisa, e sentimos que aquele alegria, e confirmamos o nosso amor estendendo um ao outro a mão para alcançar um simples alimento que esta longe da mesa, "sentimos" Deus. São essas coisas pequenas que são ignoradas e trocadas por outras buscas egoístas dos séculos presentes que nos afastam de Deus.

    Para entender Deus entramos dentro do contexto que ele mesmo criou:

    Primeiro, somos filhos. O normal seria: Um pai e uma mãe. Recebemos carinho e amor deles, e entendemos a face do amor relacionado do filho ao pai. Como filhos, entendemos como amar, e principalmente ser amados.
    Em segundo, somos casal. Quando casamos, entendemos o amor entre um ao outro, cedendo, abrindo mão, e se relacionando diretamente com alguém que queremos bem e querem nosso bem.
    Por último, o maior amor, e maior aprendizado. O de pai para filho. Ainda não tive esse privilégio, mas é fato que todos afirmam amar os filhos mais do que qualquer coisa. Entendendo todo contexto de amor, entendemos Deus, e porque ele criou os homens. Somos filhos seus. Entendemos seu amor quando deu seu filho (figura máxima do amor) para ter todos nós de volta. Sim, porque temos livre arbítrio, e homem escolheu não ter Deus, uma vez que foi enganado. Mas Deus resgata o homem novamente, para todo aquele que crer (acreditar) que seu filho realmente foi morto por essa razão, viva novamente com ele.

    Assim que eu vejo, na simplicidade de uma vida. Na simplicidade de uma família, que para Deus é a coisa mais importante que existe.

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  7. Putz, a virose pegou todo mundo hein? Ainda bem que pulei fora do barco antes! hahuuhahua

    Você tem a passagem que diz sobre a natureza testificar Deus?

    Esse argumento eu acho bem interessante, pensar na complexidade das coisas sempre me deixa com uma grande pulga atrás da orelha.

    Sobre "sentir Deus", já ouvi relato de um cara que disse ter sentido fisicamente. Sentiu sendo abraçado, daí começou a acreditar.

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  8. Anderson Rodrigues de Miranda8 de janeiro de 2012 às 11:48

    É cara, pulou na hora certa, já faz 6 dias e ainda to meio zuado..

    Tem uma passagem que diz "Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Romanos 1:20

    Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, o qual é como um noivo que sai do seu tálamo, e se alegra como um herói, a correr o seu caminho. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra extremidade, e nada se esconde ao seu calor.
    Salmos 19:1-6

    As vezes a correria deste mundo ofusca a nossa visão de coisas tão "simples". Postei algo no blog muito interessante neste sentido. É referente a proporção das coisas; Na época, quando descobri, comecei a fazer testes comigo mesmo e sempre fechou. Isso me fez pensar bastante.

    Mas é isso aí vou arrumar minhas coisas que semana que vem vou viajar para variar.

    Abraço!

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