Clássicos existem muitos, mas nenhum tão bonito quanto Flamengo x Fluminense.
Mesmo fora de seu lugar de direito, o Maracanã, repleto de gente, bandeiras e emoção, o Fla-FLu encanta, nos remete à outras épocas, quando o futebol era mais romântico e a vida parecia ser um pouco mais bela.
No Engenhão, o campo está maltratado e as arquibancadas não estão cheias como deveriam, mas os times entram em campo, ambos vivendo momentos ascendentes na competição. O Fluminense, depois de um primeiro turno medíocre, voltou fazendo o que sabe fazer de melhor - reagir e deixar todos impressionados. Melhor campanha do segundo turno, com uma vitória hoje assumiria a terceira posição. O Flamengo, após um inacreditável começo de ano e de campeonato, viveu um apagão depois de perder a sua invencibilidade. 10 partidas sem vitória que lhe tiraram do pelotão de frente. Mas vem de duas vitórias seguidas, a última contra o São Paulo, em pleno Morumbi em dia de festa para a volta de Luís Fabiano.
Os dois times estão com moral, mas desfalcados de seus craques. O Flu, sem o seu matador, Fred. O Fla, sem a genialidade de Ronaldinho.
O começo do jogo fica aquém das expectativas. Um chute de Rafael Moura aqui, uma arrancada de Léo Moura ali, chute de Deivid, Marquinho... nada que mereça muito destaque. A bola é maltratada como a grama do Engenhão. O juíz apita e o primeiro tempo acaba sem deixar saudades.
Em outros esportes, dificilmente a qualidade da partida muda radicalmente de um tempo para o outro. Mas estamos falando de futebol, aqui tudo é possível, por isso nossa paixão por ele é tão grande e se renova a cada jogo.
O Fluminense volta melhor, pressionando desde o primeiro minuto. O time de guerreiros vai para cima desde o primeiro minuto e sufoca o Flamengo no campo de defesa. A pressão dá resultado aos 14 minutos, quando Rafael Sobis abre o placar de cabeça. A reação do tricolor no campeonato tem uma explicação simples - guerreiros não recuam. O Flu continua pressionando e sufocando, o segundo gol parece questão de tempo e quase vem novamente em cabeçada de Sobis, aos 20. Outra característica apaixonante do futebol é que as coisas mudam de uma hora para outra. Principalmente quando o Flamengo está em campo. Aos 23, Thiago Neves empata, na raça. Aos 25 Bottinelli chuta de longe e o goleiro espalma. Era um aquecimento para o que estaria por vir. Agora é o Flamengo que pressiona, o Flamengo que sufoca, embalado pela magnética que vibra e festeja na arquibancada. Só dá Flamengo. Mas é o Fluminense que marca. Aos 33, Lanzini aproveita cruzamento de Souza e coloca o tricolor de novo na frente.
O jogo se encaminha para o final. A vitória do Flu parece bem encaminhada, mas o futebol é imprevisível. Principalmente quando o Flamengo está em campo. Aos 41, falta de longe e Bottinelli faz cobrança magistral, lembrando o ídolo Petkovic - a bola bate no travessão, nas costas do goleiro e entra. 2 x 2.
Agora sim, tudo parecia definido, o empate parecia ser o resultado definitivo e justo para a partida. Mas nenhum resultado pode ser considerado definitivo enquanto a mística camisa rubro-negra puder ser vista em campo.
Aos 44, Bottinelli de novo, acerta um chute espetacular no canto e o Flamengo obtém uma virada digna das tradições do Fla-Flu e dos tempos quando o futebol era romântico e a vida mais bela.
O Fluminense perde o jogo e o título já seria tarefa impossível para outro time. Só que para o time de guerreiros não há tarefa impossível.
O Flamengo consegue mais uma vitória e já é o quarto. Estão deixando chegar.
E quando fazem isso com o Flamengo, todos sabem o que acontece.
Parabens pelo seu texto, o jogo foi realmente magnifico, estive no jogo do fla x vasco, naquele ruim dia, gostaria de estar no engenhao hoje, pena que nao deu. Tomara que o mengao continue jogando com essa raça, ruma ao titulo. Saudaçoes rubro-negra. Fellipe, Aracruz-ES
ResponderExcluirDEIXOU CHEGAR JA ERA..
ResponderExcluirPassaram a mão direitinho no tricolor.
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