13 de outubro de 2011

Brilha a estrela solitária

"O Corinthians não tem estádio". Essa é uma das primeiras coisas que os torcedores rivais aprendem a dizer. Sim, o Corinthians ainda não tem estádio, mas o Corinthians hoje tem uma casa - o estádio público da cidade de São Paulo, Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembú, o estádio do povo, é hoje a casa do time do povo. E não é fácil enfrentar o Corinthians lá, principalmente em jogo valendo a ponta da tabela. Hoje essa árdua tarefa coube ao Botafogo.

O Fogão vem de um empate inesperado, em casa, contra o Bahia. Empate esse que lhe custou dois pontos importantes na disputa acirrada pelo título. O Timão vem de uma vitória arrasadora nesse mesmo Pacaembú, por 3 x 0 contra o Atlético Goianiense, vitória com a qual retomou a ponta da tabela.

O Corinthians é o líder do campeonato, o Corinthians joga em casa, apoiado pela sua apaixonada torcida, o Corinthians é o favorito. No Pacaembú o Corinthians é sempre o favorito. O caldeirão ferve, a torcida adversária se cala, as pernas dos jogadores adversários tremem, a arbitragem é pressionada, todos se intimidam.

Todos, menos o Botafogo.

O Corinthians é um adversário forte, mas o Botafogo não pode perder pra ninguém.

E após o apito inicial, quem manda no jogo é o Glorioso. Com toque de bola rápido e envolvente, saindo em velocidade, o Botafogo marca logo de cara, mas o bandeirinha falha e anula o gol. Alguns minutos depois, novo gol, gol de el Loco Abreu. Esse vale, Botafogo 1 x 0.

O Corinthians sente o golpe, vai pra cima sem muita organização e vê um adversário extremamete perigoso nos contra-ataques. Para ser campeão, um time precisa competência, regularidade, elenco, etc. Mas também precisa de um pouco de sorte de vez em quando. E o Botafogo teve essa sorte, aquela que favorece os destemidos, aquela sorte de campeão. Maicosuel chuta, a bola desvia e encobre Julio César. Botafogo 2 x 0. A fiel torcida não acredita no que vê diante de seus olhos, ninguém acredita.

O primeiro tempo acaba sob olhares perplexos.

Recomeça o segundo tempo. O Corinthians volta na adversidade, precisando correr muito e buscar uma fagulha de esperança em um jogo praticamente perdido. O Corinthians volta prcisando fazer milagre. Quando está nessa situação, como uma fera acuada, o Corinthians se torna um adversário terrível. E o Timão volta pressionando, desde o primeiro minuto. Os jogadores se desdobram, correm como loucos, empurrados pelo bando de loucos na arquibancada. O Corinthians pode ganhar, pode perder, mas nunca desistir. E ele não desiste. O Corinthians pressiona e o Fogão já não consegue sair em seus velozes contra-ataques.

O jogo se torna um massacre, o gol corintiano, o gol que inflamaria a partida parece questão de tempo. Mas aí o goleiro reserva do Botafogo, Renan, começou a se tornar o nome da partida. Principalmente depois dos 15 minutos, quando Cortês foi expulso e a pressão aumentou ainda mais. Foi um bombardeio. Chutes, cabeçadas, bola na trave, show de defesas e bloqueios. Mais de uma vez o Botafogo contou com a sorte para não tomar o gol. Aquela sorte de campeão.

Do 1º ao último minuto do segundo tempo o Corinthians correu e tentou, empurrado pela torcida que justamente reconheceu o esforço de seus atletas e os aplaudiu no final, mesmo com a derrota. Pelo segundo tempo, o Corinthians merecia um resultado melhor. Mas hoje eles estavam enfrentando o time que é heróico em cada jogo.

Estavam enfrentando o Glorioso. 
E o Glorioso não pode perder, perder pra ninguém.




16 comentários:

  1. linda crônica Fabio,
    lembrei-me de Armando Nogueira,
    parabéns!

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  2. Bela crônica. Traduziu o jogo.

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  3. sou corintiano, e achei mto boa sua crônica
    parabéns, não conhecia seu trabalho,vou começar a acompanhar

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  4. Amigo, terminei a leitura arrepiado. Parabéns!
    Botafogo no coração!

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  5. Aqui tem um bando de loucos! Louco por ti Corinthians!!!

    #PRACIMADELASTIMAO!!!

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  6. MUITO LEGAL!!!!!
    CONTRA TUDO E CONTRA TODOS....
    VAI FOGÃOOOOOO!!!!!!

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  7. Saudações Botafoguenses ! :) Ah, eu tô maluco !!!

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  8. Obrigado pelos comentários! Só de lembrar alguém de Armando Nogueira já faz todo o trabalho valer a pena.

    Quem puder seguir o blog como leitor e/ou pelo twitter agradeço!

    Grande abraço.

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  9. Bela crônica... Quase fez escorrer as lágrimas.
    Apenas uma ressalva: quando for se referenciar ao meu Fogão, por favor faça-o com letra maiúscula...
    Para o resto pode usar qualquer coisa.

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  10. Perfeito!!!! Estou com uma curiosidade enorme: QUAL SEU TIME??? Você pode falar, ou existe aquele negócio igual aos narradores de futebol que "não podem" falar????

    Abraços e Parabéns!!!!!

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  11. Comentário de qualidade para um jogo qualificado como decisão,perfeito para o time mais perfeito do campeonato,o GLORIOSO-B.F.R.,que não pode perder,perder pra ninguem.

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  12. Opa, muito obrigado pelos comentários!

    Frederico, atualizei o texto, colocando "Fogão" com maiúscula. Aproveitei e alterei os "Timão" também.

    Rafael, eu torço pelo São Paulo. Sou fanático enquanto o tricolor está no gramado, mas depois disso tento ser imparcial e me colocar no lugar dos outros torcedores. Mas devo confessar que nesse jogo especificamente eu torci de verdade pelo Botafogo! hahuahuahu

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  13. Parabens Fábio !!! Bela crônica.....Continue assim !!!
    Somente achei que você pegou muito leve com a arbitragem, que concordo, em boa parte dos jogos lá no Pacaembú, ela sempre teve uma relação, aliás, muito íntima com o time do Corinthians, em detrimento à intimidação que é feita pela mesma aos times adversários e à arbitragem que é sempre pressionada por isso, porém, vimos que em nenhum momento, o "Glorioso" se deixou intimidar dentro daquela panela de pressão, seja pela torcida, seja pela arbitragem ... Vimos vários exemplos disso, no jogo contra o Botafogo ( Gol equivocadamente anulado, expulsão do cortêz, etc).. Digamos que a arbitragem estava muito Mau intensionada...
    Saudações Alvinegras

    Está escrito nas estrelas !!!!!

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