17 de janeiro de 2012

Dois pequenos milagres


Presenciar eventos impossíveis, milagres, é o tipo de coisa que costuma levar algumas pessoas a crer no divino. Bom, quando eu tinha 9 ou 10 anos, presenciei algo que pode ser considerado um milagre. Eu possuía então uma pequena arma de brinquedo – algo bem educativo, brinquedo de macho! – que atirava dardos. Esses dardos possuíam pontas plásticas, ventosas no estilo “desentupidor de ralo” de modo que ficavam presas quando atiradas contra um vidro ou outra superfície lisa. Bem, esses dardos acabaram se quebrando ao meio, de tanto que foram atirados e recarregados. Depois disso, continuei carregando a arma com a metade inferior dos dardos, empurrando-os com o auxílio de uma caneta. Antes, a ponta de plástico ficava para fora da arma, mas agora era impossível saber quando a arma estava carregada, pois a metade do projétil ficava completamente encoberta no cano da arma. Não sei se me fiz entender, mas vamos direto ao milagre. Quando vi minha avó pela primeira vez desde que ganhei a tal arma, fui logo mostrar o brinquedo para ela, de uma maneira peculiar – colocando o cano da arma a 5 centímetros de seu olho esquerdo. 

Havia me esquecido completamente que tinha metade de um dardo ali e puxei o gatilho. Quando ouvi o som da mola projetando a seta quebrada, meu sangue gelou, mas já era tarde. O primeiro pensamento que me veio à cabeça foi “deixei minha avó cega”. Cinco centímetros, não havia como errar, mas milagrosamente o dardo passou do lado da cabeça dela indo parar sobre o guarda-roupa. Como? Deus desviou a seta? Minha avó - minha avó – se esquivou? Teria eu agido por puro reflexo e desviado a arma alguns milímetros salvadores ao ouvir a mola da arma começar a se soltar? Muitos podem dizer - “Claro que foi Deus! Sua avó é uma pessoa de fé, Deus a protegeu com toda certeza”. Sim, pode ser.
 
Mas então, deixe-me relatar outro "milagre" que presenciei, dessa vez quando tinha 13 anos. Jogávamos futebol na quadra da escola e havia dois garotos que jogavam muito, mas muito mal mesmo. Eu era um deles. No geral, minhas atuações eram desastrosas, mas, vez ou outra eu marcava um gol. O outro, outro, além das atuações desastrosas, não marcava gol nunca, nunca mesmo! Três anos jogando juntos, incontáveis partidas e nenhum gol. Certo dia, depois de uma jogada inusitada (o goleiro quis sair driblando e perdeu a bola no campo de ataque), a bola parou em cima da linha do gol, literalmente. Correndo sozinho em direção à bola, veio o garoto. Todos em quadra gritaram “não acredito, ele vai marcar!”. A bola estava em cima da linha, não havia como errar... mas ele errou, chutou por cima. 

Depois das gostosas e cruéis gargalhadas eu me perguntei e me pergunto até hoje – como? Tentamos repetir a façanha inúmeras vezes, obviamente sem sucesso. Foi algo incomum, impossível, assim como muitas das coisas chamadas “milagre”, mas nesse caso, ninguém levanta a hipótese de intervenção divina. Afinal, por que Deus interferiria num jogo de criança? Ele deve ter coisas mais importantes para fazer, como impedir que os homens façam guerra ou que a ganância de um punhado cause a fome e desgraça de milhares. Certo?

6 comentários:

  1. Qse morri andando em cima de um muro , de um lado 7 metros de queda e do outro 1,50m...

    Pisei numa pedra que estava solta e que pendia pro lado da morte...

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  2. Senhora de idade com câncer, ferida aberta no seio, desacreditada pelos médicos, estava com o pé na cova.
    O pastor orou e na manhã seguinte a enfermeira quase cai de costas.
    O buraco fechou e o cancer sumiu.
    Descobriram a cura do câncer?
    Me explica isso.

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  3. Eu já ouvi essa história do câncer aí em cima...

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  4. Milagres acontecem todos os dias na vida de todos nós. Poder acordar já é um milagre.

    Muito bacana o seu texto!
    Meu carinho!
    http://pequenocaminho.blogspot.com

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  5. E os atletas esportivos, que quando se dão bem, dedicam toda honra e toda glória ao "Senhor". Como se o "Senhor", privilegiasse uns em detrimento de outros. Será? Se somos todos "filhos de Deus perfeito". Vai ver que é assim mesmo, pois segundo as "Escrituras Sagradas", manual prático de barbárie, há, de fato, sempre os escolhidos...

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  6. Tudo pode ser um milagre, nada pode ser um milagre, algumas coisas podem ser milagre... depende de quem ve, ouve, fala.

    Qdo eu tinha 4 anos, "morri" - fiquei sem respirar até chegar ao hospital, já estava cianótica, eu não sabia dessa história até poucos anos atrás, quem contou foi meu pai, talvez ele tenha exagerado, talvez não.
    Qdo tinha 15 anos, trinquei a cervical, poderia ter quebrado o pescoço, de acordo com o jeito que movimentasse, antes de chegar o socorro. Nada aconteceu.
    Qdo eu tinha 19 anos, a medica disse que eu só poderia engravidar com tratamento.

    Meu vô "ganhou" dentes de ouro de Deus, a mãe da minha tia foi curada de câncer, história aí de cima, se não me engano. E mtos outros casos, to ficando chata já! - ficando? :P

    Ou minha familia tem mta zica e sorte ao mesmo tempo, ou mtos milagres! :D

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