28 de fevereiro de 2012

Já encheu o saco - Controlar

O texto que escrevi sobre o Kassab na verdade era uma crítica específica e direcionada ao Controlar. Acabei falando sobre tudo menos o Controlar. Aliás, também não falei sobre as multas, então vamos lá.

Para quem não sabe (acredito e espero que a abrangência desse maravilhoso projeto seja apenas a cidade de São Paulo) o Controlar é (mais) um artifício inventado pela prefeitura para extorquir a população. Se já não bastasse a maior carga tributária do mundo, os gastos “normais” de começo de ano – IPVA, IPTU, material escolar, matrícula, etc., agora todo ano nós também temos que desembolsar uma grana para o tal Controlar. Com a desculpa da proteção ao meio ambiente (que também já encheu o saco), todos os veículos da cidade precisam passar por uma inspeção, que teoricamente verifica se o automóvel está apto a rodar sem poluir o ar em níveis além dos aceitáveis.

Na teoria tudo é muito bonito, mas a prática se mostra muito diferente. 

Primeiramente, basta olhar pela janela em um dia de sol para ver a camada cinza de poluição impregnada no horizonte. Basta observar a quantidade de veículos na Radial Leste, Faria Lima, Marginal Pinheiros ou qualquer grande avenida, em qualquer horário do dia para constatar que mesmo se todos os carros estiverem rigorosamente dentro dos limites de emissão de poluentes, ainda assim nós estaríamos completamente ferrados. Claro, isso não é motivo para aceitarmos fábricas de CO2 motorizadas desfilando pela cidade, mas daí vem a pergunta – será que os responsáveis pelos carros que aparentemente mais poluem (baseado na cor e quantidade da fumaça que sai do escapamento) levam seus veículos na inspeção? A pena para quem não estiver em dia com o tal Controlar é uma multa. Pelo menos essa multa eu nunca ouvi ninguém dizer que tomou. Por enquanto, porque notadamente estamos vivendo em uma indústria de multas. A velocidade máxima em todas as vias baixou de 70 para 60km/h. Bom, durante a semana é impossível andar a mais de 20 em qualquer lugar, mas me questiono - será que a medida foi pensando em reduzir o número de acidentes ou apenas em ter mais placas flagradas pelos quase onipresentes radares? Obviamente o Kassab assegurou que a preocupação é a segurança da população, mostrou estatísticas de redução de acidentes após a baixa do limite de velocidade, etc. Bom, eu tenho muitas dúvidas sobre isso. Tenho dúvidas se motoristas imprudentes se atentam aos limites de velocidade e se preocupam com multas e também não sei se 10km/h fazem muita diferença para quem dirige com responsabilidade.

E também não confio muito na qualidade da inspeção do Controlar. Não são poucos os casos de carros novos, que passaram em diversas pré-avaliações em mecânicos e foram reprovados no Controlar. Os critérios de aprovação são tão nebulosos quanto a (falta de) licitação que determinou que essa empresa fosse a responsável por esse grande negócio. Coisas do Kassab... medida populista e hipócrita, com o falso discurso moralista de melhorar o ar a cidade. Não melhora nada, apenas gera muita grana que certamente não será empregada para beneficiar a população.

E a questão que sempre me fica quando penso sobre essas coisas – o que o cidadão comum pode fazer a respeito? Não votar mais no cara? Me parece muito pouco, mesmo que desse certo, que o cara não fosse mais eleito (expus minha opinião sobre o “voto consciente” no texto sobre o Kassab). Sinceramente não consigo pensar em muita coisa diferente de soluções tipo tiro na testa de políticos corruptos (e também enforcamento e guilhotina, porque ia faltar bala).

Alguém tem uma ideia mais pacifista para esse tema?



26 de fevereiro de 2012

Legião Urbana - Faroeste Caboclo

Bom, esse é o post número 100 do blog e pela ordem caiu no tema "música". Pensei o que eu poderia escrever de especial sobre esse tema - nada me surgiu na cabeça. Então achei que seria legal colocar a minha música preferida aqui. Daí comecei a pensar - "tá, mas espera aí... afinal qual é a minha música preferida?". Seria difícil escolher uma sem ser injusto com todas as demais. É meio que impossível escolher uma entre todas as canções que já me emocionaram e me moldaram de alguma forma ao longo da vida. Mas como não sou de ficar em cima do muro, parti para a seguinte linha de raciocínio - se eu tivesse que escolher uma última música para ouvir antes de morrer, qual seria?


A minha seria essa aqui. E a sua, qual seria?



Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
Era o que todos diziam quando ele se perdeu
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu

Quando criança só pensava em ser bandido
Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu
Era o terror da sertania onde morava
E na escola até o professor com ele aprendeu

Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar
Sentia mesmo que era mesmo diferente
Sentia que aquilo ali não era o seu lugar

Ele queria sair para ver o mar
E as coisas que ele via na televisão
Juntou dinheiro para poder viajar
De escolha própria, escolheu a solidão

Comia todas as menininhas da cidade
De tanto brincar de médico, aos doze era professor.
Aos quinze, foi mandado pro o reformatório
Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror.

Não entendia como a vida funcionava
Discriminação por causa da sua classe e sua cor
Ficou cansado de tentar achar resposta
E comprou uma passagem, foi direto a Salvador.

E lá chegando foi tomar um cafezinho
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
E o boiadeiro tinha uma passagem e ia perder a viagem
Mas João foi lhe salvar

Dizia ele: "Estou indo pra Brasília
Neste país lugar melhor não há
Tô precisando visitar a minha filha
Eu fico aqui e você vai no meu lugar"

E João aceitou sua proposta
E num ônibus entrou no Planalto Central
Ele ficou bestificado com a cidade
Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal

"Meu Deus, mas que cidade linda,
No Ano-Novo eu começo a trabalhar"
Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro
Ganhava cem mil por mês em Taguatinga

Na sexta-feira ia pra zona da cidade
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
E conhecia muita gente interessante
Até um neto bastardo do seu bisavô

Um peruano que vivia na Bolívia
E muitas coisas trazia de lá
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que um negócio ele ia começar

E o Santo Cristo até a morte trabalhava
Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar
E ouvia às sete horas o noticiário
Que sempre dizia que o seu ministro ia ajudar

Mas ele não queria mais conversa
E decidiu que, como Pablo, ele ia se virar
Elaborou mais uma vez seu plano santo
E sem ser crucificado, a plantação foi começar.

Logo logo os maluco da cidade souberam da novidade:
"Tem bagulho bom ai!"
E João de Santo Cristo ficou rico
E acabou com todos os traficantes dali.

Fez amigos, frequentava a Asa Norte
E ia pra festa de rock, pra se libertar
Mas de repente
Sob uma má influência dos boyzinho da cidade
Começou a roubar.

Já no primeiro roubo ele dançou
E pro inferno ele foi pela primeira vez
Violência e estupro do seu corpo
"Vocês vão ver, eu vou pegar vocês"

Agora o Santo Cristo era bandido
Destemido e temido no Distrito Federal
Não tinha nenhum medo de polícia
Capitão ou traficante, playboy ou general

Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu
Maria Lúcia era uma menina linda
E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu

Ele dizia que queria se casar
E carpinteiro ele voltou a ser
"Maria Lúcia pra sempre vou te amar
E um filho com você eu quero ter"

O tempo passa e um dia vem na porta
Um senhor de alta classe com dinheiro na mão
E ele faz uma proposta indecorosa
E diz que espera uma resposta, uma resposta do João

"Não boto bomba em banca de jornal
Nem em colégio de criança isso eu não faço não
E não protejo general de dez estrelas
Que fica atrás da mesa com o cu na mão

E é melhor senhor sair da minha casa
Nunca brinque com um Peixes de ascendente Escorpião"
Mas antes de sair, com ódio no olhar, o velho disse:
"Você perdeu sua vida, meu irmão"

"Você perdeu a sua vida meu irmão
Você perdeu a sua vida meu irmão
Essas palavras vão entrar no coração
Eu vou sofrer as consequências como um cão"

Não é que o Santo Cristo estava certo
Seu futuro era incerto e ele não foi trabalhar
Se embebedou e no meio da bebedeira
Descobriu que tinha outro trabalhando em seu lugar

Falou com Pablo que queria um parceiro
E também tinha dinheiro e queria se armar
Pablo trazia o contrabando da Bolívia
E Santo Cristo revendia em Planaltina

Mas acontece que um tal de Jeremias,
Traficante de renome, apareceu por lá
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
E decidiu que, com João ele ia acabar

Mas Pablo trouxe uma Winchester-22
E Santo Cristo já sabia atirar
E decidiu usar a arma só depois
Que Jeremias começasse a brigar

Jeremias, maconheiro sem-vergonha
Organizou a Rockonha e fez todo mundo dançar
Desvirginava mocinhas inocentes
Se dizia que era crente mas não sabia rezar

E Santo Cristo há muito não ia pra casa
E a saudade começou a apertar
"Eu vou me embora, eu vou ver Maria Lúcia
Já tá em tempo de a gente se casar"

Chegando em casa então ele chorou
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria Lúcia Jeremias se casou
E um filho nela ele fez

Santo Cristo era só ódio por dentro
E então o Jeremias pra um duelo ele chamou
Amanhã às duas horas na Ceilândia
Em frente ao lote 14, é pra lá que eu vou

E você pode escolher as suas armas
Que eu acabo mesmo com você, seu porco traidor
E mato também Maria Lúcia
Aquela menina falsa pra quem jurei o meu amor

E o Santo Cristo não sabia o que fazer
Quando viu o repórter da televisão
Que deu notícia do duelo na TV
Dizendo a hora e o local e a razão

No sábado então, às duas horas,
Todo o povo sem demora foi lá só para assistir
Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo, começou a sorrir

Sentindo o sangue na garganta,
João olhou pras bandeirinhas e pro povo a aplaudir
E olhou pro sorveteiro e pras câmeras e
A gente da TV que filmava tudo ali

E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo o que vivera até ali
E decidiu entrar de vez naquela dança
"Se a via-crucis virou circo, estou aqui"

E nisso o sol cegou seus olhos
E então Maria Lúcia ele reconheceu
Ela trazia a Winchester-22
A arma que seu primo Pablo lhe deu

"Jeremias, eu sou homem. coisa que você não é
E não atiro pelas costas não
Olha pra cá filha-da-puta, sem-vergonha
Dá uma olhada no meu sangue e vem sentir o teu perdão"

E Santo Cristo com a Winchester-22
Deu cinco tiros no bandido traidor
Maria Lúcia se arrependeu depois
E morreu junto com João, seu protetor

E o povo declarava que João de Santo Cristo
Era santo porque sabia morrer
E a alta burguesia da cidade
Não acreditou na história que eles viram na TV

E João não conseguiu o que queria
Quando veio pra Brasília, com o diabo ter
Ele queria era falar pro presidente
Pra ajudar toda essa gente que só faz...

Sofrer...

20 de fevereiro de 2012

Dicas de vídeo [10]

Podem dizer o que for sobre o Lars Von Trier, mas eu gosto muito do estilo dele. Melancolia, como o diretor mesmo disse, é um pouco mais "comercial" do que os demais filmes de sua autoria, mas é espetacular. É impressionante como o cara consegue arrancar o máximo de cada ator, Kirsten Dunst (não me peça para prununciar esse nome!) é a depressão encarnada e Charlotte Gainsbourg está sensacional também. O começo desse filme só perde em beleza para o começo de "Anti-Cristo".

Bom, sei que muita gente pode me xingar por essa recomendação, mas eu recomendo mesmo assim. Imperdível!


O lançamento desse filme foi uma verdadeira novela, devido aos diversos adiamentos. Quando lançou, não tive a oportunidade de ver no cinema, acabei pegando em vídeo (nem sei se ainda é certo falar "vídeo", mas eu sou da época das fitas VHS...). É um filme de qualidade, uma história bem criativa. Não chega a ser um "A Origem", mas é muito bom.

Extremamente recomendado!

Falando em "tempo" por associação livre lembrei desse filme aqui. Mais uma história criativa, muito bem elaborada e uma interpretação carismática do Bill Murray. Sempre que passa na TV eu assisto esse filme, é muito bom, apesar da mensagem do filme estar lá bem mastigada (gosto mais quando as interpretações ficam mais subjetivas).
Esse aqui pode alugar sem medo que não tem erro, todo mundo gosta!



Quando vi o trailer desse filme, já imaginei que "Cable Guy" seria substituído no meu ranking de "Pior filme do Jim Carrey". Daí acabei alugando devido a forças maiores e me surpreendeu positivamente. É bem infantil, mas é legalzinho. Rende algumas boas risadas.
 
Recomendo.




Então... não diria que esse aqui é um filme ruim. A história é real (sobre um jornalista sequestrado no Paquistão), é triste e tudo mais. Mas o filme não empolga. A atuação da Jolie está bem burocrática. E apesar de todo o sofrimento do casal, não tem como evitar o pensamento - "porra, mas também o que eles tinham que ir fazer lá???". Tipo filme de terror que a menina desce as escadas sozinha no escuro... será que alguém achou que isso poderia dar certo?

Não recomendo.


12 de fevereiro de 2012

Até quando?

Depois da final do Paulista de 91, quando venceu o Corinthians com 3 gols de Raí (e um pênalti perdido por Wilson Mano), o São Paulo emplacou uma série de vitórias contra o rival. Me lembro que o placar de 3 x 0 se repetiu pelo menos mais duas vezes nessa época. Era uma festa. Em 92 ou 93, não vou me lembrar exatamente o ano, ouvi uma dessas partidas pelo rádio. O Corinthians começou melhor, pressionou, colocou o São Paulo na roda (bom, pelo menos o narrador descreveu assim) e conseguiu um pênalti, antes dos 20 do primeiro tempo (eu acho). Daí na cobrança, Zetti defendeu (na verdade não sei se o chute foi pra fora, não lembro nem se era o Zetti o goleiro, mas na minha memória está gravado que o Zetti defendeu o pênalti e isso me basta). Enquanto eu comemorava como uma criança (afinal eu era uma criança) dentro do Chevette da minha mãe, o comentarista do rádio disse a seguinte frase (essa foi assim mesmo, tenho certeza) – “São Paulo x Corinthians é igual filme de mocinho contra bandido... o bandido vai lá, prende o mocinho, conta todo o plano e perde a chance de acabar logo com a história. Daí o mocinho se solta e acaba vencendo... e lá vem São Paulo...”. E o São Paulo foi para o ataque e fez um, fez dois, fez três. Bom, não sei se fez três, mas ganhou, isso eu tenho certeza. O Corinthians parecia enfrentar uma maldição quando jogava contra o Tricolor. 


E eu vibrava dentro do Chevettão.


Com a doce ilusão que aquilo ia durar para sempre, que o São Paulo nunca mais perderia para o Corinthians, que eles iriam cair para a segunda divisão, falir, penhorar a Fazendinha e fechar as portas do clube. Mas o futebol é inexorável. E cíclico. “Eles” acabaram caindo para a segunda divisão, mas (infelizmente) não faliram e não fecharam as portas da Fazendinha. E hoje quem encara um tipo de maldição somos nós. Jogadores chave que se machucam, são convocados ou suspensos antes do clássico. Apatia, desatenção e erros infantis da nossa defesa, arbitragens que adoram mostrar cartões para os nossos jogadores enquanto demonstram uma resistência enorme em amarelar o outro lado. Jorge Henrique jogando igual Lionel Messi e Danilo igual Zidane. Na gíria do futebol, contra nós – “tudo dá certo pros caras”. No único jogo nos últimos 4 anos em que parecia que tudo daria certo pra gente, ainda quase deu errado. Rogério faz o 100º gol, um deles é expulso, a goleada estava desenhada. Se é o inverso tenho certeza que aquele jogo acabava 4 x 0. No mínimo. Daí tomamos um gol besta e o Dagoberto é expulso. Quase deu tudo errado, mas no final deu tudo certo. 


E foi só.


Hoje a maldição se fez valer novamente. Pior do que isso, vimos que apesar de alguns pontos questionáveis no decorrer da partida, apesar da zica do nosso principal reforço da temporada chutar um pênalti pra cima, a diferença técnica, emocional e principalmente de entrosamento entre os times ainda é grande. Muito grande. O Corinthians controlou toda a partida, sobrou em campo e indiscutivelmente mereceu vencer. Isso que me deixa mais puto, não conseguir jogar de igual pra igual contra os caras - apelar pra chutão toda hora, ver Lucas isolado e se escondendo do jogo, bate cabeça na defesa, nenhum jogador com personalidade para chamar o jogo e tentar resolver. Ver jogador batendo no outro sem bola na frente do juiz e pior, já que era pra apelar e tomar vermelho, deveria ter rachado aquele baixinho folgado no meio.
Essa última parte foi escrita com o “modo torcedor” ligado no máximo. Acho que todo mundo percebeu, né? Enfim, voltando à crônica. Hoje além de tudo, meu filho chorou pela primeira vez por causa do São Paulo. E tenho certeza que ainda vai chorar e rir muitas vezes. Porque o futebol é cíclico.


E eu já não vejo a hora desse ciclo maldito acabar.

10 de fevereiro de 2012

Visita - Jockey Club

Eu morava perto do Jockey Club, mas nunca tinha ido lá. Na verdade entrei uma vez, para assistir "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" na tela gigante montada para o evento Telefonica Open Air. Foi legal, mas já estava de noite e lotado, além disso a atração era o filme e a telona, então pouco importava o local. Seria o mesmo que conhecer o Morumbi indo a um show, não a um jogo de futebol. Você esteve lá, mas não conheceu realmente o lugar.

Não sou e nunca fui fã de corridas de cavalos, na verdade eu nem pensava nesse tipo de evento. Daí numa conversa casual com um amigo, perguntei o que ele havia feito no fim de semana e a resposta foi - "Pô, fui assistir umas corridas lá no Jockey...". Reagi com certo espanto - Jockey? Era impressão minha (e percebo que muitos moradores de São Paulo a compartilham) que no mínimo seria preciso pagar para entrar lá - e não parece ser barato. Outra coisa, parece que entrando, seria obrigatório apostar. E que só teria um monte de velhos viciados em jogo fumando lá dentro.

Bom, os velhos viciados em jogo estão lá (a maioria fumando), mas a entrada é gratuita e não é obrigatório apostar. Caso você queira tentar a sorte grande, a aposta mínima é de R$ 2,00 (outra coisa que eu imaginava errado, pensei que uma paosta mínima seria de cerca de R$ 100,00). Se acertar o azarão dá até R$ 35,00 de retorno (já vi acontecer com uma sortuda bem próxima). Percebi que se dependesse disso para viver já estaria na cova, não acertei nenhuma aposta até hoje. Mas a diversão vale a pena.

Continuo não sendo fã de corridas, mas recomendo uma visita ao Jockey Club, é mais legal e mais acessível do que parece. A visão das tribunas é bem bonita, principalmente quando começa a cair a noite e a marginal fica "acesa". Tem até alguns brinquedos (escorregador, gangorra, etc.) para as crianças.

Enfim, para quem mora em São Paulo, é um lugar que vale uma visita.

Só não vão se viciar no mundo das apostas hein!


7 de fevereiro de 2012

Pennywise - Bro Hymn Tribute

O Pennywise está longe de ser a minha banda favorita, mas até que gosto bastante do som deles. Essa música (acho que é a mais conhecida deles) é sensacional:











Bro Hymn Tribute


To our best friend, present past and beyond
Though you weren't with us too long
Life is the most precious thing we can lose
While you were here the fun was never ending
Life for me was only in the beginning
Jason Matthew Thirsk, this one's for you


Ever get the feeling you can't go on
Just remember whose side it is that you're on
You've got friends with you till the end
If you're ever in a tough situation
We'll be there with no hesitation
Brotherhood's our rule we cannot bend


When you're feeling too close to the bottom
You know who it is you can count on
Someone will pick you up again
We can conquer anything together
All of us are bonded forever
If you die I die that's the way it is


To our friends, present past and beyond
To all those who weren't with us too long
Life is the most precious thing you can lose
While you were here the fun was never ending
life for me was only in the beginning
Jason, my brother, this one's for you







4 de fevereiro de 2012

Duas grandes questões






Então, se para tudo existe uma explicação racional, por que não dizer logo “Deus não existe” e parar com essa demagogia de “não nego a possibilidade”? Porque existem duas questões, que não estão e meu ver nunca estarão bem explicadas pela ciência – como surgiu o universo e como surgiu a vida? 


Claro que existem muitas outras coisas não explicadas pela ciência, mas considero essas as principais, pelo menos no que diz respeito a crença em Deus. Primeiro, como que a partir do nada, pode ter surgido tanta matéria? Big Bang? Há 15 bilhões de anos, toda matéria que existe hoje estava concentrada num único ponto de infinita densidade e de repente tudo explodiu e começou a se expandir. Quem acendeu o pavio? E de qualquer forma, como toda essa matéria foi parar lá? De onde veio toda essa massa, essa energia? Existem teorias que dizem que o universo vai parar de se expandir (na verdade hoje o mais aceito é que o universo vai se expandir para sempre) e começar a se contrair, e no final, tudo acabará novamente naquele ponto de infinita densidade, para depois explodir de novo e assim sucessivamente, para todo o sempre. Ora, isso não resolve o problema, só o transfere para o passado. E a primeira explosão como foi? Outras teorias supõem que o universo sempre existiu. Esse negócio de “sempre existiu” é um conceito muito abstrato para a mente humana - pelo menos para a minha! Isso acaba lembrando Deus. Quem nunca se perguntou “Deus criou tudo, mas quem criou Deus?”. 


O segundo ponto é a vida. Esqueçamos a origem do universo por enquanto, tudo que precisamos saber é que ele surgiu de alguma forma, então se formaram as estrelas, galáxias e planetas (não me pergunte se a ordem está correta) e num ou em vários desses planetas, as coisas inanimadas se converteram e passaram a ter companhia de coisas vivas. Como? Proteínas juntaram-se com aminoácidos, que se juntaram a não sei o que e o resultado dessa combinação inusitada começou a se alimentar e a se reproduzir e formou uma célula e essa célula evoluiu e virou um peixe, que botou um ovo de onde nasceu um sapo, que virou um crocodilo, que virou um dinossauro, que virou uma ave e em algum ponto mal explicado da história, alguma coisa virou um macaco que virou um homem e cá estamos nós, tentando entender como tudo isso aconteceu. Então formulamos teorias e hipóteses e mais teorias e mais hipóteses. 


Deus é mais uma dessas teorias. É uma entre várias hipóteses. Certamente existe uma teoria correta sobre a origem do universo e da vida – talvez essa teoria não tenha sido formulada ainda. Deus pode ser a hipótese correta? Quem sou eu para dizer que não?! Mas pode não ser? Dada a falta de evidências de Sua existência, eu apostaria nisso (e não venham me chamar de agnóstico!). 


Analisando friamente, além de saciar a irritante curiosidade humana, o que mudaria em nossas vidas o conhecimento da resposta correta para essas questões? Além disso, eu acredito que nunca chegaremos a responder com certeza essas coisas e todo esforço nesse sentido é puro desperdício de tempo.

Mas temos que preencher aquele breve intervalo de tempo entre o nascimento e a morte com alguma coisa. Essas questões existenciais me parecem ser uma boa pedida.


1 de fevereiro de 2012

Dicas de vídeo [09]


Laranja Mecânica  
É um filme do Stanley Kubrick. Na minha opinião o melhor. 
E isso é sinônimo de - "é um clássico que precisa ser assistido".


Sem mais.


Amarelo Manga  
“O ser humano é estômago e sexo”. Essa é a idéia que norteia esse belo filme dirigido por Cláudio Assis.
A atuação de Matheus Nachtergaele é um show a parte, principalmente quando a colocamos em contraste com Baixio das Bestas (outro filme de Cláudio Assis, onde o ator interpreta um personagem completamente oposto ao de Amarelo Manga).
Excelente.


Encontros e Desencontros
Esse é o primeiro filme dirigido pela Sofia Coppola, filha do lendário Francis Ford Coppola.
Muitos podem classificar como um filme muito "parado" e é um pouco mesmo, definitivamente não é uma comédia romântica, e sim um filme bonito, igual a Scarlett Johansson e carismático, igual o Bill Murray.
Não é uma obra simples de ser assimilada e apreciada, mas eu recomendo.
Atividade Paranormal   
Recentemente lançaram o episódio 3 no cinema. Ficava imaginando o que poderia ter de tão assustador em um filme onde todos dizem "não parace nada". 
Daí resolvi alugar o 1º, para ver como a história começava e posso afirmar - não aparece nada, mas é assustador.


Pra quem gosta de terror psicológico é um prato cheio.


A Árvore da Vida  
Normalmente deixo por último um filme que eu "não recomendo" por não ter gostado. Não é o caso hoje. Eu gostei, gostei muito de "A Árvore da Vida", mas não é um filme simples de ser recomendado, principalmente para se assistir em vídeo.
Acho que boa parte da experiência de se assistir esse filme está no processo de imersão que só o cinema pode propiciar. 
Muita gente (muita mesmo, pelo menos metade da sala) saiu xingando na metade.
Eu achei espetacular.